RESUMO -Relatamos os resultados de estudo com o interferon beta 1-a em 62 pacientes ambulatoriais com a forma remitente-recorrente da esclerose múltipla durante um ano. Os critérios de inclusão para este tratamento foram de escore do EDSS entre 0 e 5,5 e de pelo menos relato de dois surtos nos dois últimos anos. Administramos 3 milhões de unidades internacionais de interferon beta 1-a três vezes por semana. Os objetivos deste estudo foram verificar o efeito da medicação no número de surtos e avaliar a eficácia da droga na progressão da doença. O índice anual de surtos nos pacientes que não tomaram a medicação foi 1,32 e naqueles medicados 0,63. O escore do EDSS em pacientes não medicados foi 4,7 e naqueles com medicamento 2,0. O interferon beta 1-a foi bem tolerado e 85% dos pacientes completaram um ano de tratamento.PALAVRAS-CHAVE: interferon beta 1-a, esclerose múltipla, tratamento.
Interferon beta 1-a in multiple sclerosis: experience of one year in 62 patientsABSTRACT -We report the results of a trial of interferon beta 1-a in 62 ambulatory patients with relapsingremitting multiple sclerosis. Entry criteria included EDSS of 0 to 5.5 and at least two exacerbations in the previous 2 years. The patients received 3 million international units by subcutaneous injections three times a week. The end points were differences in exacerbation rate and treatment effect on disease progression. The annual exacerbation rate for patients that did not take the interferon beta 1-a was 1.32 and for the patients under medication 0.63. The EDSS score in patients that did not take the mediaction was 4.7 and 2.0 for the patients with interferon beta 1-a. Interferon beta 1-a was well tolerated and 85% of patients completed 1 year treatment.KEY WORDS: interferon beta 1-a, multiple sclerosis, treatment.A esclerose múltipla (EM) é doença inflamatória e desmielinizante do sistema nervoso central. Admite-se que células T, ativadas por autoantígeno ainda não determinado, passam da periferia para o SNC pela barreira hematoencefálica, evento considerado essencial na patogênese da desmielinização 1,2 . Até o início da década passada, dispunhamos apenas de corticóides e imunossupressores para o tratamento de pacientes com EM entretanto, estes medicamentos apresentam resultados pouco eficazes e não evitam a progressão da doença 3,4 . Após os relatos de Jacobs e Munschauer 5 , inúmeros ensaios clínicos com interferon foram realizados até que ,em 1993, o FDA americano aprovou e autorizou seu uso em pacientes portadores da forma remitenterecorrente da EM 6 .