O nível de interferência antrópica em ambientes aquáticos motiva a realização de estudos e pesquisas, a partir do uso desenfreado de recursos e ações incompatíveis com o equilíbrio nos diversos tipos de ecossistemas. Estudos têm mostrado que peixes e sedimentos podem ser usados como uma ferramenta para biomonitoramento, pois demonstram capacidade de acúmulo de metais. Assim, para investigar o nível de perturbação ecológica em função da contaminação por metais, principalmente, metais pesados na Bacia Hidrográfica do rio Pirapó, foram realizadas a quantificação dos elementos Al, As, Hg, Zn, Pb, Cd, Ni, Co, Mn, Fe, Cr e Cu, utilizando a espectrofotometria de emissão óptica empregando plasma de argônio indutivamente acoplado (ICP OES). As coletas das amostras (sedimento e peixes) no rio Pirapó foram realizadas em três pontos distintos (P1: próximo a nascente; P2: intermediário, próximo à captação de água para abastecimento público de Maringá-PR; P3: jusante à Maringá-PR). Os resultados demonstraram níveis de concentrações superiores ao Limite máximo de resíduos (LMR) para nove (9) dos dozes (12) elementos nas amostras de sedimento, incluindo elementos conhecidos por sua alta toxicidade (Cr, Ni e Pb), além dos considerados essenciais (Cu, Fe e Zn). Já para as amostras de peixes, quatro (4) elementos (Al, Cu, Hg e Zn) apresentaram concentrações superiores ao LMR. Estes resultados apontam um nível elevado de interferência antrópica nestes ambientes, configurando potencial toxicidade à ictiofauna do Rio Pirapó e para a população abastecida pela água deste rio ou que utiliza o peixe como alimento.