Esse artigo tem como objetivo compreender as fontes de apoio social utilizadas pelos moradores de comunidades rurais nas regiões Nordeste, Norte e Sul do Brasil, analisadas como estratégias de enfrentamento às situações de opressão decorrentes da pobreza. Foram realizados 14 grupos focais, analisados em quatro dimensões: apoio familiar, apoio comunitário, apoio religioso e apoio institucional, com a utilização do software Atlas ti 5.2. Os resultados apontam que a família é o apoio diante de situações de angustia e privações decorrentes dos contextos de pobreza, reiterando a sua função no suporte emocional e na segurança material. O apoio comunitário se relaciona também ao apoio emocional e à partilha dos bens disponíveis, com poucas referências às lutas comunitárias. A espiritualidade, analisada como apoio religioso, é um campo de consolo existencial que se amplia a partir da precarização do apoio institucional. Esse apoio institucional, advindo das políticas públicas de saúde, educação e assistência social, apareceu na realidade dessas comunidades, no entanto com algumas dificuldades de funcionamento. Estudar o apoio social em comunidades rurais pobres busca superar os estudos que identificam a pobreza apenas como ausência, carência ou limitações, esquecendo a existência de espaços de potencialidades e enfrentamento.