Resumo: O objetivo deste artigo foi investigar o brincar na psicoterapia psicodinâmica de uma criança com sintomas externalizantes. Empregou-se delineamento misto e a abordagem de estudo de caso sistemático. Todas as sessões foram filmadas e avaliadas com o Child Psychotherapy Q-Set (CPQ). Os itens referentes ao brincar foram analisados quanto às suas médias e correlações com o tempo de tratamento. O relato da psicoterapeuta compôs a análise qualitativa. Durante os períodos inicial e intermediário, os instrumentos indicaram uma criança resistente, com intolerância à frustração, fortes sentimentos de irritação e agressividade, além de ter dificuldades em explorar os conteúdos relacionados aos problemas e grande oscilação comportamental, características que se refletiam em seu brincar. A psicoterapeuta, por sua vez, mostrou-se afetivamente engajada, sensível, e flexibilizou a técnica. No decorrer do tratamento, o paciente passou a mostrar maior engajamento nas atividades e um brincar mais fluido, espontâneo e simbólico, possibilitando a elaboração de conteúdos internos e impulsos agressivos, evidenciando melhora na capacidade de regulação emocional. As mudanças na psicoterapia não ocorreram de forma linear, identificando-se movimentos de evolução e regressão ao longo do processo. Palavras-chave: brincar. psicoterapia psicodinâmica. sintomas externalizantes.