Resumo A produção de infraestruturas no Brasil vem passando por importantes transformações desde os anos 1990, articulando-se com o alinhamento do país a uma agenda neoliberal. A adoção de políticas anticíclicas como resposta à crise de 2008 expande e torna mais complexa a natureza desses processos. Na compreensão das condições particulares engendradas nesse momento, destacam-se o papel histórico do BNDES na condução dos processos de privatização e o crescente poder econômico e político das grandes empreiteiras nacionais. Partindo de um diálogo com o debate internacional sobre privatização e financeirização das infraestruturas, procuramos compreender o caso brasileiro, problematizando a crescente centralidade de uma lógica rentista. O artigo desenvolve-se por meio da análise dos arranjos institucionais, dos agentes dominantes e das estratégias de acumulação, considerando a sistematização e interpretação crítica da bibliografia, documentos e dados referentes à transformação do setor.