Introdução: A pandemia e o isolamento foram agentes estressores à saúde mental, principalmente de gestantes e puérperas que são mais vulneráveis devido à instabilidade hormonal e emocional, além de apresentarem medos comuns ligados ao processo gravídico-puerperal. O medo e a solidão dessas mulheres, em decorrência da pandemia, provocaram sentimentos depreciativos, gerando consequências maléficas à saúde mental. Objetivo: Analisar os níveis de medo e solidão em gestantes e puérperas que tiveram filhos durante a pandemia por COVID-19. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, quantitativo, realizado com 34 mulheres que tiveram filhos durante a pandemia por COVID-19, residentes em um município do noroeste do Paraná. A coleta de dados, ocorreu por meio eletrônico, onde foi aplicado um questionário sociodemográfico, elaborado pelos pesquisadores, e duas escalas validadas, sendo elas a Escala de Medo por COVID-19 (EMC-19) e a Escala Brasileira de Solidão da UCLA (UCLA-BR). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva simples. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Cesumar sob parecer n° 5.502.465 e CAAE: 59853422.4.0000.5539. Resultados: A faixa etária mais prevalente correspondeu aos 30 a 39 anos (64,7%), sendo a maioria de cor branca (52,9%), pós-graduadas (44,1%), casadas (70,6%), e com presença de rede de apoio (88,2%). Sobre o medo da pandemia por COVID-19, as participantes afirmaram, majoritariamente, que sentiram pouco medo e que sentiram solidão leve, correspondendo a 70,6% e 55,9%, respectivamente. Percebe-se que o grupo estudado apresentou certo nível de proteção durante a pandemia, ainda que o medo e a solidão tenham imprimido impacto relevante à saúde mental. Conclusão: Conclui-se que o medo e a solidão impactaram na saúde mental das participantes, embora que minimamente. Fazendo-se necessário ações a partir da oferta de conforto para essas mães com desenvolvimento de grupos de mulheres para troca de experiências e apoio, acompanhamento domiciliar e desenvolvimento de terapêuticas sociais, visando garantir a integração desse grupo, e intervir nos efeitos causados nas mães e bebês.