Como conhecido problema de saúde pública, o câncer se destaca, tanto por sua incidência, quanto pelo impacto do seu diagnóstico e tratamento, podendo gerar desordem emocional e psicossocial nos pacientes oncológicos, reduzindo sua percepção de qualidade de vida (QV). A QV é um importante parâmetro da resposta do paciente à doença e ao tratamento por mapear sintomas, controlar efeitos colaterais e contribuir na elaboração de intervenções e na integralidade nos cuidados em saúde. O objetivo deste estudo foi avaliar a QV relacionada à saúde de pacientes operados por câncer do aparelho gastrointestinal, assistidos na clínica cirúrgica de um hospital universitário de referência em Goiás, comparando-se as fases 30 e 60 dias pós-cirurgia. Método: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e quantitativo sobre QV, envolvendo 31 participantes, de ambos os sexos, adultos, operados por câncer do aparelho gastrointestinal, no período de março a dezembro de 2015, empregando-se os questionários WHOQOL-bref e EORTC QLQ C-30. A análise estatística consistiu-se em avaliação dos escores funcionais e de sintomas, com nível de significância de 0,05. Resultados: Dos participantes, na maioria mulheres, provenientes da capital, com faixa etária predominante entre 60 e 69 anos, prevalência de casados, aposentados, católicos e nível de escolaridade fundamental. O diagnóstico predominante foi o câncer colorretal, sendo que a maior parte dos pacientes ficou, em média, 14 dias internado e tinha mais de uma experiência de internação. A qualidade de vida foi considerada regular nos dois momentos, sendo que o domínio mais afetado foi o Físico. Conclusão: Constatou-se, após o processo cirúrgico, que a QV percebida dos participantes teve poucas alterações significativas comparando-se os momentos 30 e 60 dias pós-cirúrgicos, sendo que esta modalidade de tratamento, em geral, pôde ser considerada como benéfica. Além disso, compreende-se pela necessidade de realização de novos estudos que possam aumentar a casuística estudada, quanto elucidar a atribuição de sentidos dos participantes aos diversos atos que envolvem o próprio tratamento cirúrgico do câncer.