RESUMO Objetivo: avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com câncer em cuidados paliativos e sua associação com aspectos sociodemográficos e clínicos. Método: estudo analítico, transversal, do qual participaram 127 pacientes. Foram utilizados instrumentos de caracterização sociodemográfica e de avaliação de qualidade de vida - European Organization for Research and Treatment for Cancer. Para análise dos dados, aplicaram-se os testes Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Resultados: na avaliação de qualidade de vida, o Estado de Saúde Global e Função Desempenho de Papel tiveram pior avaliação; na Escala de Sintomas, dor, fadiga, insônia e perda do apetite tiveram destaque. Na associação dos domínios do instrumento de coleta de dados com as variáveis sociodemográficas houve associação significativa da idade e escolaridade com função cognitiva, e de renda mensal com estado geral de saúde; com as variáveis clínicas houve associação significativa de metástase com função física; radioterapia com função social, e tempo de hospitalização com Escala Funcional. A Escala de Sintomas apresentou associação significativa de fadiga com metástase, quimioterapia e tempo de hospitalização; dor com quimioterapia e tempo de hospitalização; insônia com procedimento cirúrgico e perda de apetite com quimioterapia. Conclusão: o prejuízo na capacidade funcional, decorrente do câncer, afeta a capacidade do paciente de desempenhar atividades da vida diária, as relações sociais e a situação financeira. Aspectos sociodemográficos e clínicos devem ser considerados na avaliação da qualidade de vida desses pacientes, de forma a possibilitar atenção humanizada e integralizada aos princípios do Sistema Único de Saúde vigentes no Brasil.