RESUMOOBJETIVO. Avaliar a qualidade de vida de mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS. Estudo transversal de 323 mulheres pós-menopáusicas com idade entre 45 e 60 anos atendidas em um serviço universitário de atenção ao climatério entre junho e outubro de 2002. A qualidade de vida foi avaliada através do Women's Health Questionnaire. Na análise estatística, utilizou-se o teste t de Student e a análise de variância, seguidos de regressão linear múltipla. RESULTADOS. A qualidade de vida se mostrou comprometida entre a população estudada, em especial nos domínios relacionados a sintomas somáticos, humor deprimido e ansiedade. Por meio de análise multivariada, constatou-se que quanto menor a escolaridade (p<0,01) e a freqüência da atividade sexual (p<0,01), assim como a confirmação de comorbidades clínicas prévias (p=0,03), piores os índices de qualidade de vida. Em contrapartida, a atividade física regular se associou aàmelhor qualidade vida (p=0,01). A terapia hormonal, em particular, não se associou à qualidade de vida (p=0,48). CONCLUSÃO. A qualidade de vida mostrou-se comprometida neste estudo, sendo influenciada tanto por fatores biológicos, quanto por fatores culturais e psicossociais. Possivelmente, as mulheres atribuem à menopausa eventuais sintomas decorrentes de comorbidades clínicas ou dificuldades emocionais prévias, distorcendo a sua percepção acerca desta etapa de suas vidas. Neste sentido, a escolaridade contribuiu para uma maior compreensão das mudanças corporais dessa fase, reduzindo os níveis de ansiedade e estimulando o autocuidado. A sexualidade mostrou-se igualmente um aspecto importante da qualidade de vida no climatério. UNITERMOS: Qualidade de vida. Climatério. Menopausa. Terapia hormonal.
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INTRODUÇÃOO climatério, nas últimas décadas, tem sido reconhecido como mais do que apenas o encerramento da vida reprodutiva feminina. No entanto, ainda que referências a seu respeito encontrem-se descritas em textos escritos por Aristóteles (384-322 a.C.), até recentemente, a condição de mulher "menopausada" era raramente expressa em público, sendo considerada inclusive motivo de constrangimento 1 . Em parte, a pouca atenção prestada ao climatério até o início do século passado deveu-se à menor expectativa de vida feminina até então, que não permitia à maioria das mulheres viver o suficiente para atingir o climatério 2 . No entanto, o aumento progressivo da expectativa de vida feminina a partir da segunda metade do século XX, em virtude dos progressivos avanços tecnológicos no campo da saúde, mudou essa situação, desencadeou um interesse crescente pelas questões relacionadas ao envelhecimento feminino 3 . No Brasil, em 1999, as mulheres com mais de 40 anos correspondiam a 32% da população feminina do país, com projeção de um aumento ao redor de 11% até 2010 5 . Enquanto, segundo dados censitários, a expectativa de vida feminina no ano 2000 chegava aos 75,6 anos, a masculina não ultrapassava os 64,8 anos...