Introdução: As restrições sanitárias em assentamentos rurais brasileiros podem afetar a qualidade da água e implicar em efeitos adversos para a saúde humana. Objetivo: Avaliar a qualidade da água consumida em um assentamento localizado em Ribeirão Preto (SP). Métodos: O assentamento rural estudado conta com 6 poços artesianos para abastecimento público, no entanto a água não passa por nenhum processo de tratamento. Foram coletadas 234 amostras de água em 77 residências, distribuídas em 7 núcleos de base do assentamento. As amostras foram avaliadas quanto a qualidade microbiológica (coliformes totais, fecais e parasitas) e físico química (pH, turbidez e concentração de metais). Os resultados foram comparados com os padrões de potabilidade da Portaria nº888/21 do Ministério da Saúde brasileiro. Resultados: Observou-se que em 59,7% das amostras houve crescimento para coliformes totais, 13% para coliformes fecais e em 20,8% detectou-se larvas de helmintos. As análises físico químicas mostraram que em 28% das residências o pH esteve abaixo do recomendado. A concentração de metais mostrou-se em congruência com as recomendações brasileiras, com exceção do chumbo em duas residências. Conclusão: O acesso à água potável é um direito fundamental segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), entretanto o estudo ratifica que a ausência de sistemas satisfatórios de abastecimento hídrico prejudica a qualidade da água consumida no assentamento e representa um risco para a saúde da comunidade.