Qualidade fisiológica e sanitária de sementes de açoita-cavalo (Luehea divaricata)

Abstract

Objetivou-se com esse trabalho caracterizar dois lotes de sementes de Luehea divaricata, quanto à sua qualidade fisiológica e sanitária. As sementes foram coletadas nos municípios de Santa Maria (SM) e Restinga Seca (RES) – região central do Rio Grande do Sul. Foi utilizado o substrato comercial Carolina Soil® para a caracterização fisiológica e o teste de transmissão de fungos via sementes. As variáveis determinadas foram índice de velocidade de germinação (IVG), emergência (%), plântulas sintomáticas (%) e sementes mortas (%). Para a detecção dos fungos, foram utilizados os testes em BDA e substrato papel-filtro (PF). Para cada teste foram utilizadas quatro repetições de 25 sementes. Determinou-se ainda a sanidade dos frutos, através do blotter test. O IVG e o percentual de emergência variaram entre 6,7 e 8,7; 51 e 63%, para os lotes RES e SM, respectivamente. Os fungos identificados associados às sementes, independente do método foram: Fusarium sp., Alternaria sp., Rhizoctonia sp., Aspergillus sp., Penicillium sp., Pestalotiopsis sp., Phoma sp. e Cladosporium sp. Destes, os gêneros Fusarium e Alternaria, podem estar associados aos sintomas observados nas plântulas no teste transmissão. Os fungos identificados presentes nos frutos foram: Fusarium sp., Aspergilus sp., Penicillium sp., Cladosporium sp. e Alternaria sp

Health and transmission of fungi associated with seeds of Luehea divaricata

“…There are some literatures with the species that have indicated pathogens associated with seeds; however, researches that conclude whether fungi associated with seeds can be transmitted to seedlings are still scarce (BERNARDI-WENZEL et al, 2010;MACIEL et al, 2013;CARMO et al, 2017). Thus, it is observed that the low quality of some native forest species seedling may be related to the health conditions of the seeds, which demanded the detection and control of pathogens (BENETTI et al, 2009).…”

“…Alguns trabalhos já realizados com a espécie indicaram patógenos associados às sementes, porém ainda são escassas as pesquisas que concluem se os fungos associados às sementes podem ser transmitidos às plântulas (BERNARDI-WENZEL et al, 2010;MACIEL et al, 2013;CARMO et al, 2017). Assim, observa-se que a baixa qualidade de algumas mudas de espécies florestais nativas pode ter relação com as condições sanitárias das sementes, necessitando de detecção e controle de patógenos nas mesmas (BENETTI et al, 2009).…”

Interferência de fungos na qualidade das sementes de >i<Solanum granulosoleprosum>/i< e >i<Senna alata>/i<

“…Sanidade -avaliada utilizando o método do papel de filtro com congelamento, conforme descrito no Manual de Análise Sanitária de Sementes 11,9 12,2 11,1 12,1 11,7 11,0 13,5 11,6 10,2 13,5 11,4 10,3 Aa 12,1 13,1 12,0 11,5 12,5 11,8 n/a n/a n/a n/a n/a n/a FIESC 13,5 12,8 12,3 12,5 12,8 12,2 n/a n/a n/a n/a n/a n/a FPC n/a¹ n/a n/a n/a n/a n/a 15,3 n/d Alternaria e Fusarium fazem parte do grupo de fungos denominados fungos de campo, que se estabelecem nas sementes durante o período de crescimento e maturação, ou seja, antes da colheita. Requerem alta umidade relativa para se desenvolver e geralmente cessam o seu crescimento quando o teor de água da semente e a temperatura de armazenamento são baixos (Wetzel, 1987 (Maciel et al, 2013), angico vermelho (Maciel et al, 2012b), aroeira (Araujo et al, 2013), aroeira preta (Piveta et al,2014), guapuruvu (Cherobini et al, 2010), guajuvira (Walker et al, 2015), ipê amarelo (Fantinel et al, 2013) e paineira . As incidências detectadas variaram de acordo com fatores como o local de coleta das sementes, o método de detecção utilizado, a região e a época de produção, demonstrando haver uma série de motivos que podem influenciar os resultados obtidos.…”

“…A transmissão de Alternaria sp por sementes foi relatada em outras espécies florestais como açoita cavalo (Maciel et al, 2013), cedro , cedro rosa (Vilela, 2015), ipês amarelo e roxo e Fantinel et al,2013, além de paineira . Os sintomas reportados foram morte de sementes, necrose nos cotilédones, redução do tamanho da raiz e tombamento.…”

“…Algumas espécies florestais já foram objeto de pesquisa e obtiveram a confirmação da transmissão de Fusarium sp. através de suas sementes como, por exemplo, açoita cavalo (Maciel et al, 2013), angico vermelho (Maciel et al, 2012b), aroeira vermelha (Maciel et al, 2012a) cedro , guajuvira (Walker et al, 2016), ipês amarelo e roxo , paineira e pinus (Maciel et al, 2017). Os sintomas descritos foram podridão de sementes, má formação do sistema radicular, podridão de raízes, tombamento, amarelecimento, murcha e redução na germinação e emergência.…”