Objetivo: Avaliar a qualidade metodológica das diretrizes de prática clínica para o manejo das otites e cerume impactado e suas principais recomendações. Métodos: Para identificação das diretrizes clínicas realizou-se busca em diferentes bases de dados. A seleção das evidências passou pelo processo de revisão por pares e o consenso foi usado para resolver divergências A avaliação foi realizada pelo AGREE II. Os critérios adotados para recomendação da diretriz foram as pontuações encontradas neste domínio, sendo 50% o valor mínimo esperado. Assim, as diretrizes que pontuaram entre 30% e 50% no “rigor de desenvolvimento” e alcançaram médias superiores a 50% em dois outros domínios foram consideradas recomendadas com modificações. O teste Kappa foi uti-lizado para avaliar a concordância. Resultados: Foram selecionadas e avaliadas seis diretrizes clínicas. Dentre elas, cinco foram consideradas recomendadas. Itens como aplicabilidade, rigor do desenvolvimento, independência editorial e envolvimento das partes interessadas, obtiveram menores pontuação. A terapia não farmacológica é enfa-tizada em todas as diretrizes como tratamento de primeira linha. O manejo sintomático mediado por terapia farmacológica é recomendado em associação na segunda linha de tratamento. Conclusão: As diretrizes avaliadas apresentaram boa qualidade. Destaca-se a necessidade de qualificar as recomendações quanto às evidências que as fundamen-tam, assim como dispor as recomendações de forma compreensível, diminuir os interes-ses conflitantes e aumentar o envolvimento de partes interessadas, para que o melhor cuidado aos pacientes possa ser ofertado.