RESUMO Objetivo: Avaliar a relação entre a adequação do pré-natal e a demanda de atendimentos obstétricos hospitalares. Método: Estudo transversal, quantitativo, conduzido em uma capital brasileira, em seis unidades básicas e uma unidade hospitalar, de 2017 a 2020. Participaram gestantes que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão pré-definidos. Os dados foram coletados por questionário estruturado e o seguimento das participantes foi presencial, telefônico e por aplicativo. Procedeu-se à estatística descritiva e analítica, utilizando um programa estatístico. Resultados: Foram investigadas 224 mulheres. O pré-natal foi adequado em 42,4% dos casos, e o percentual médio de adequação foi de 76,7% dos indicadores avaliados. Dos 1.067 atendimentos hospitalares, 63,1% foram inoportunos. O modelo de regressão mostrou que a variável “adequação do pré-natal” foi estatisticamente relevante (p 0,043), com razão de chance (OR) 2,2 vezes maior de as mulheres que tiveram um acompanhamento pré-natal inadequado buscarem o hospital de forma inoportuna. Conclusão: A inadequação do pré-natal teve relação com a procura inoportuna por atendimentos em pronto-socorro, com sobrecarga assistencial para este ponto na rede de cuidado.