Queixas e preocupações otológicas e as dificuldades de comunicação de indivíduos idosos

Abstract

OBJETIVO: Investigar as queixas e as preocupações otológicas de indivíduos idosos, bem como as dificuldades de comunicação enfrentadas por esta população. MÉTODOS: Foram avaliados 50 idosos (61 a 90 anos de idade), sendo 8 homens e 42 mulheres, que apresentavam configuração audiométrica descendente simétrica. Os pacientes foram submetidos a uma entrevista e testes auditivos. Neste artigo, foram apresentados e discutidos os dados da entrevista e a correlação das queixas otológicas com os graus de perda auditiva. RESULTADOS: A queixa de perda auditiva esteve presente em 70% da amostra e revelou associação com a preocupação quanto à própria perda, com o queixa de dificuldade de comunicação e com a quantidade de situações nas quais a dificuldade é percebida, sendo a presença do ruído de fundo o aspecto mais citado. A queixa de zumbido (52%) apresentou associação com a preocupação envolvendo o próprio zumbido, enquanto que a tontura (38%), além de semelhante correlação, revelou associação com a dificuldade de comunicação. Ocorreu uma associação estatisticamente significante do grau da perda nas freqüências baixas e médias com a queixa de perda auditiva e de zumbido, enquanto que nas freqüências altas, além destas correlações, também ocorreu associação estatisticamente significante da perda auditiva com a queixa de dificuldade de comunicação. CONCLUSÕES: Dentre as queixas otológicas, a queixa de perda auditiva foi predominante entre os idosos. A idade e o gênero não influenciaram as queixas e as preocupações otológicas. O grau de perda auditiva influenciou as queixas otológicas de perda auditiva, de zumbido e a dificuldade de comunicação.

Perfil dos limiares audiométricos e curvas timpanométricas de idosos

“…However, the effects of the aging process on the sensorial capacities did not change, causing diseases which stem from this aging, as is the case of the hearing loss which happens to elderly, called presbycusis, which has as characteristics: bilateral, symmetrical, descending and progressive hearing loss [1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][18][19][20] . According to the bibliography found, we noticed that the percentage of sensorineural hearing loss present in elderly individuals matches those in the present study.…”

“…Presbycusis is the natural aging of the human ear, in other words, a hearing disorder associated to cochlea degeneration, which affects mainly the base of it, impairing hearing perception in the high frequencies as age increases [1][2][3][4] . The main symptoms the elderly have associated with presbycusis are: difficulties in participating in talks or speaking on the phone; understanding words; locating a sound source; hearing alarms, the telephone, doorbell, approaching vehicles; and there is the need to raise the volumes of TV or radio [1][2]5 . Presbycusis is defined as sensorineural hearing loss, which varies between mild to profound in the low as well as the high frequencies, having a gradual and progressive onset, symmetrical, descending and bilateral for high frequency sounds (3 to 8KHz), often times followed by difficulties in speech recognition [6][7][8][9][10] .…”

Perfil dos pacientes atendidos em um sistema de alta complexidade

“…Segundo pesquisas (11,12), de uma forma geral, há um consenso não só sobre o declínio da função auditiva relacionado ao processo natural de envelhecimento humano, como também em relação ao maior prejuízo auditivo nos homens do que nas mulheres. Tais dados corroboram com os resultados da amostra utilizada nesta pesquisa, que constatou 54% de pacientes do gênero masculino e 46% do gênero feminino.…”

Percepção de restrições de participação na perda auditiva: comparação entre idosos institucionalizados e não institucionalizados

“…A porcentagem de perdas assimétricas foi maior em homens, o que pode ser justificado pela maior exposição dos homens a ruídos em ambientes de trabalho e lazer, problemas cardiovasculares, tabagismo e outros fatores. Calais et al (2008) Do total da amostra, 42% mencionaram preocupação quanto à perda auditiva (50% dos homens e 40,5% das mulheres) e 10% quanto ao zumbido e à tontura (100% das mulheres). A queixa de perda de audição associou-se significantemente com a preocupação quanto à perda auditiva.…”

“…À medida que a idade aumenta, eleva-se a perda da sensibilidade, principalmente nas frequências altas (Veras e Mattos, 2007;Carmo et al, 2008), tanto para homens como para mulheres (Carmo et al, 2008;Nóbrega, Camara e Borges, 2008). Assim, espera-se ao longo dos anos, um aumento do número de pessoas com problemas auditivos, uma vez que o número de idosos tem aumentado (Fialho et al, 2009 Calais et al, 2008;Carmo et al, 2008;Guerra et al, 2010;Tenório et al, 2011 (Ventry e Weinstein, 1982;Souza e Lemos, 2015).…”