Quem paga o preço? Controvérsias socioecológicas associadas à transição energética na América do Sul

Abstract

As transformações ligadas à busca por sistemas energéticos e econômicos mais sustentáveis poderiamtrazer custos sociais e ecológicos que algumas comunidades e territórios devem suportar. Além disso,podem surgir controvérsias relacionadas com o desenvolvimento de novas cadeias de produção, porexemplo, a atividade industrial associada à exploração e produção dos minerais de transição. Esteestudo examina as relações entre transição energética, sociedade e o meio ambiente, focando o cobrecomo mineral de alta tecnologia, e considerando como casos de estudo a Bolívia, o Chile e o Peru, trêspaíses com economias dependentes da mineração. Tenta-se explorar se os países estão se tornandomais renováveis, eficientes e modernos, e se isso está correlacionado com a produção de cobre e fatoressociais. Como resultado, a Bolívia tem pendências tanto na demanda quanto na produção de energia.Apesar do bom desempenho histórico das energias renováveis e da eficiência energética, o Chile e o Peru têm questões a serem resolvidas relacionadas à distribuição ecológica, concernente aos setoresde mineração e energia. As economias baseadas na mineração poderiam evidenciar a fragilidade dastransições verdes para alcançar objetivos transversalmente sustentáveis, levando em conta a equidade,a justiça e o cuidado com os ecossistemas.

Por Que Aprofundar a Relação Entre Energia, Ambiente E Sociedade―algumas Reflexões Desde a América Latina

“…A emergência da República Popular da China como um dos principais consumidores de minerais críticos e fabricantes de tecnologia, vinculada a uma economia de baixas emissões, gera reações e resistências permanentes por parte dos outrora líderes do sistema econômico global após Bretton Woods -particularmente dos Estados Unidos. Da mesma forma, novas relações têm emergido entre a China e a América Latina e o Caribe -esta, região estratégica dentro da geopolítica que articula os planos dos novos grandes atores que disputam a hegemonia global (Dussel Peters, 2022;Poque González, 2022;Poque González;Silva;Macia, 2022).…”