“…Embora o campo de estudos da geografia histórica reúna condições de analisar os processos territoriais e a organização espacial que são responsáveis por ditar temporalidades e eventos e, assim, modelar e organizar o espaço (CARNEIRO, 2018), a perspectiva de análise da geo-história já se fez presente nos estudos sobre Timor-Leste, mobilizada em TOMÁS (2000); SARMENTO (2007); CABASSET-SEMEDO et al (2014); KAMMEN (2021) e BOVENSIEPEN (2021), que buscaram dar conta das plurais epistemologias constitutivas das leituras sobre Timor como também identificar rupturas e permanências que são estruturais e estruturantes do seu complicado processo territorial. E não obstante às críticas ao tempo de longa duração circunscritos aos denominados movimentos lentos (RIBEIRO, 2014), é na leitura da dinâmica do capitalismo no sistema-mundo moderno-colonial (HAEBAERT & PORTO-GONÇALVES, 2006) que suas contribuições se tornam primordiais, porque a geo-história é multiescalar, pois "espaço é sinônimo de diversidade, de conexão, de redes entrelaçadas" (RIBEIRO, 2015, 608).…”