Durante a pandemia de Covid-19, o distanciamento social dificultou o acompanhamento pré-natal, possivelmente contribuindo para o aumento de prematuridade. Este estudo retrospectivo analisou prontuários de gestantes de uma maternidade em Campo Grande, MS, com o objetivo de avaliar o impacto da pandemia na adesão ao pré-natal, prematuridade e perfil socioeconômico das gestantes, além de identificar infecções por Covid-19 e comparar a adesão ao pré-natal nos períodos pré e pandêmico. Os resultados mostraram que, embora a pandemia não tenha afetado diretamente as taxas de prematuridade, o acesso e a qualidade do pré-natal foram prejudicados, especialmente entre as populações vulneráveis. Gestantes sem ensino superior e atendidas pelo SUS apresentaram maior taxa de abandono, refletindo dificuldades no sistema público de saúde. Em contraste, as gestantes com convênios privados mantiveram uma adesão mais consistente ao pré-natal. O estudo revela que, embora as taxas de prematuridade não tenham sido diretamente impactadas, a pandemia expôs desigualdades no acesso ao cuidado pré-natal, reforçando a necessidade de políticas que reduzam barreiras e melhorem a qualidade do atendimento, especialmente para gestantes mais vulneráveis.