Raiva, Agressão e Educação: um diálogo necessário

Abstract

O artigo apresenta uma discussão dos resultados obtidos em uma pesquisa sobre o universo emocional dos adolescentes e tem como objetivo investigar os eventos desencadeantes da emoção da raiva e seus impactos para as relações escolares. O estudo é de natureza qualitativa e contou com a participação de 526 estudantes do Ensino Fundamental da rede pública. Os dados foram obtidos mediante a aplicação de um questionário aberto e analisados considerando os pressupostos da teoria fundamentada de Charmaz (2009), dialogando com as contribuições teóricas de Navas e Bozal (2012), Bisquerra (2014), Mira y Lopez (2012) e Arándiga e Tortosa (2003). Os resultados indicam que a ausência de regulação emocional da raiva dos adolescentes, modifica a natureza protetora daquela emoção, alimentando comportamentos agressivos. Além disso, identificou-se a criação de scripts mentais que favorecem a construção de um habitus escolar que produz e reproduz respostas agressivas no âmbito escolar.

A tristeza na visão dos adolescentes: Um diálogo com o campo da educação emocional

“…Podemos dizer que a tristeza é uma reação própria, esperada (Possebon, 2017), e isto ratifica que se entristecer é algo inerente ao ser humano, pois a tristeza possui uma função assim como qualquer outra emoção. No entanto, a mesma situação que pode ser geradora da tristeza também pode gerar um processo de ira e irritabilidade.…”

“…Dentro da perspectiva da educação emocional, pesquisadores diversos (Cassassus, 2009;ValléS, 2007;Martins, 2004;Bisquerra, 2009Bisquerra, , 2015Possebon, 2019) ressaltam a importância das emoções, as quais constituem um processo adaptativo diante das exigências do ambiente e indispensáveis para um desenvolvimento saudável. Entendimentos como esses sinalizam as bases da compreensão -inserida também no referencial histórico-cultural -da relação entre o sujeito psicológico e o contexto social, resgatando o senso do subjetivo do homem situado nas tramas complexas das relações sociais que permeiam o mundo em que ele vive (Zanon;Frison, 2020).…”