Razões Para Viver E Risco Do Suicídio Em Graduandos De Uma Universidade Pública De Pernambuco

Abstract

Investigar as Razões para Viver e os riscos da ideação suicida para os graduandos da Universidade de Pernambuco. Métodos: Trata-se de uma pesquisa quantitativa com caráter descritivo realizada nas instituições do Campus Santo Amaro com 359 acadêmicos. A coleta de dados foi realizada através de dois instrumentos autoaplicáveis: um questionário sociodemográfico e a Escala de Razões para Viver. Os dados foram digitalizados em planilhas eletrônicas, o tratamento estatístico foi realizado no programa Excel. Resultados: Constatou-se que 46,52% dos acadêmicos possuem risco médio para a ideação suicida, ressalta-se ainda que um percentual de 3,62% dos estudantes teve risco elevado para o pensamento suicida. Conclusão: Tais achados constituem tanto como um diagnóstico situacional, para que as instituições de ensino superior promovam programas e estratégias voltados para a prevenção da ideação suicida e a redução de fatores de risco, tal como para que os docentes atuantes, dentro do campus ou os que assistem os estudantes fora dele, tenham conhecimento da importância de medidas que visem identificar e minimizar tal situação, melhorando assim o ambiente acadêmico.

Risco de suicídio, sintomas de depressão, ansiedade e estresse em estudantes de graduação

“…No presente estudo, a maioria dos estudantes era do gênero feminino, heterossexual e a idade variou entre 18 e 52 anos, com média de 24,2 anos. Características semelhantes foram encontradas em outras pesquisas com universitários, em que se obteve prevalência para o sexo feminino e idade entre 18 a 25 anos (Andrade et al, 2023;Campas et al, 2020;Carmona-Parra;Cañón-Buitrago;Pineda, 2022;Flores;Basantes, 2022;Gallo-Barrera;Galvão et al, 2021;Landa-Blanco et al, 2022;Machado et al, 2020;Nascimento et al, 2020;Perdomo-Rojas;Caballero-Domínguez, 2023;Ruiz;Delgado, 2023;Solis;Manzano, 2023;Sousa et al, 2022;Peralta, 2021). No estado de Minas Gerais, uma investigação com universitários também constatou que a maioria era heterossexual (88,4%) (Andrade, 2021).…”

“…Nesta pesquisa, a maioria dos estudantes relatou possuir crença religiosa. Um estudo com estudantes da área da saúde de uma universidade em Minas Gerais e de Recife, também evidenciou que a maioria dos participantes tinha crença religiosa, 88,4% e 62,11%, respectivamente (Andrade, 2021;Andrade et al, 2023). Em contraste, uma pesquisa com 385 universitários do Paraná, 41,04% (n=158) não possuía vínculos religiosos, mas acreditavam em Deus ou/e em uma força superior; e 20,52% (n=79) não tinha vínculos religiosos e se autodeclaravam ateus (Scheliga;Knoblauch;Bellotti, 2020).…”

“…Uma pesquisa realizada com 353 estudantes de uma universidade do interior de São Paulo, constatou que não ter religião aumenta a probabilidade para o comportamento suicida (Gomes;Silva, 2020). Outra pesquisa identificou entre os fatores associados a ideação suicida a ausência de religiosidade (Andrade et al, 2023). Ter menos envolvimento com práticas religiosas foi um fator associado ao risco de suicídio em universitários da Etiópia (Abdu; Hajure; Desalegn, 2020).…”

“…A sobrecarga com as atividades acadêmicas também O estresse acadêmico em nível elevado pode resultar em cognições negativas e risco de suicídio(Flores;Basantes, 2022). Além de ser um fator de risco para o comportamento suicida, o estresse está associado a baixo desempenho acadêmico, frustrações e outros problemas secundários que potencializam o sofrimento mental(Andrade et al, 2023;Mendoza et al, 2023). O estresse acadêmico agravou com a pandemia COVID-19 e impactou diretamente no processo ensino-aprendizagem, sobrecarga de atividades acadêmicas e no tempo limitado para o cumprimento das atividades(Mendonza et al, 2023).…”