(Re)pensar os conflitos intragrupais: desempenho e níveis de desenvolvimento

Abstract

Resumo: Contrariando as abordagens tradicionais do conflito intragrupal, que consideram este fenómeno negativo para o desempenho, as perspectivas mais recentes sublinham as suas potencialidades ao nível da inovação e da criatividade das equipas de trabalho. Os estudos empíricos desenvolvidos têm, no entanto, encontrado poucas evidências para a funcionalidade do conflito. O presente artigo procura contribuir para uma melhor compreensão das relações entre o conflito, as estratégias de gestão de conflitos e o desempenho grupal, por um lado, bem como da forma como os conflitos são vividos e geridos ao longo do desenvolvimento grupal, por outro. Participaram no nosso estudo 68 equipas de trabalho do departamento de produção de 8 organizações do sector industrial que desempenhavam tarefas com um baixo nível de complexidade. Os resultados revê-laram que o conflito centrado no desenvolvimento das tarefas se relaciona negativamente com o desempenho e que a utilização de estratégias integrativas se assume como a única abordagem aos conflitos com um impacto positivo nos resultados das equipas de trabalho. As análises realizadas permitiram também concluir que a emergência de conflitos é diferente, ao longo do desenvolvimento grupal. Para testar o padrão de resultados encontrado, importa realizar novos estudos com equipas cujas tarefas requeiram uma elevada coordenação de esforços e remetam para resultados caracterizados por uma elevada imprevisibilidade.Palavras-chave: conflito intragrupal, estratégias de gestão de conflitos, desempenho, níveis de desenvolvimento.1 A correspondência relativa a este artigo deve ser endereçada a Isabel Cristina Dórdio

Versão Reduzida da Escala de Avaliação do Desempenho Grupal (EADG - II)

“…A escala de Avaliação do Desempenho Grupal (EADG -II) de Dimas (2007) é um instrumento que permite a avaliação do desempenho das equipas ou grupos de trabalho que desempenham tarefas não rotineiras, pelo que deve ser respondida pelo líder da equipa, como recomendado pela autora.…”

“…No processo de construção e seleção dos itens da escala EADG -II, Dimas (2007), baseou-se numa revisão de literatura, concetual e empírica acerca, do desempenho grupal (e.g., Lovelace et al, 2001;De Dreu & Van Vianen, 2001), bem como na recolha de informação junto de departamentos responsáveis pela gestão de recursos humanos de duas organizações. Foram, assim, construídos 10 itens que avaliam vários aspetos relacionados com o desempenho da equipa de trabalho, nomeadamente: a qualidade e quantidade do trabalho produzido; a introdução e implementação de ideias novas e de soluções para problemas, e a capacidade de reagir perante acontecimentos imprevisíveis.…”

“…O presente trabalho centra-se no estudo das propriedades psicométricas de uma escalaa Escala de Avaliação do Desempenho Grupal (EADG -II 2 )que, construída por Dimas (2007) com o objetivo de ser aplicada aos líderes de uma equipa, permite avaliar de forma percetiva o desempenho grupal.…”

“…2 Para além da escala EADG -II existe a escala EADG -I, também de Dimas (2007). A EADG -I, integra 8 itens relacionadas com aspetos como o empenho na produção de trabalho de qualidade e no cumprimento de prazos, o respeito pelos modos operatórios e pelas ferramentas e instrumentos de trabalho utilizados e também a apresentação de sugestões (Dimas, 2007). Por contraste com a EADG-II, que mede o desempenho de equipas em tarefas não rotineiras, a EADG-I visa medir o desempenho de equipas de trabalho que realizam tarefas rotineiras.…”

Trabalho em equipa em Portugal: Uma década de progresso

“…Dimas et al, 2005;. Ainda no tema da relação entre conflito grupal e desempenho, tem destaque um estudo de Dimas et al (2007) com 68 equipas de trabalho do departamento de produção de oito organizações do sector industrial, que mostrou que o conflito centrado no desenvolvimento das tarefas se relacionava negativamente com o desempenho. Este estudo mostrou ainda que a utilização de estratégias integrativas de resolução de conflitos são as únicas com um impacto positivo nos resultados das equipas de trabalho.…”