Reações Pós-Traumáticas em Crianças: Como, Por Que e Quais Aspectos Avaliar?

Abstract

A vivência de eventos traumáticos nos primeiros anos de vida impacta o desenvolvimento infanto-juvenilem diferentes níveis, com repercussões psicológicas, neurobiológicas e sociais. Este artigo discutiu aavaliação clínica das reações pós-traumáticas em crianças e adolescentes, incluindo questões relacionadasà manifestação dos sintomas, às consequências a longo prazo e aos instrumentos de avaliaçãodisponíveis. Foi apresentado um modelo ilustrativo dos fatores de risco para o Transtorno de EstressePós-Traumático em crianças. Concluiu-se que a avaliação precoce é fundamental para a detecção defatores de risco e indicação de diferentes intervenções, servindo como fonte de prevenção secundária.

Being family of mental health consumers: experiences and feelings

“…The researchers of this study intend to analyze the life histories of the subjects that present mental disorders, together with the socioeconomic conditions and compare them with the population that does not present this picture, in order to verify the possible risk factors for the development of the onset of mental illness (Jongsma et al, 2018). Traumatic experiences in childhood can trigger the onset of mental disorders, however, the experience of a childhood trauma alone cannot explain all the complexity that involves the process of mental illness (Nunes, Rezende, Silva & Alves, 2015;Schaefer, Lobo, Brunnet & Kristensen, 2016).…”

As experiências adversas na infância e sua relação com o desenvolvimento biopsicossocial da criança/adolescente – uma revisão bibliográfica

“…Os resultados apresentados no Estudo da CDC-Kaiser encontram consonância com diversas pesquisas internacionais posteriores, numericamente destacadas as norte-americanas, (Bick & Nelson, 2016;Gaskill & Perry, 2012;Kendall-Tackett, 2012;MacMillan, 2011;Nelson III, 2014;Perry et al, 1995;Perry, 2005;Schaefer et al, 2016;Van der Kolk, 2014; entre outros), cuja alta prevalência de experiências adversas na infância na população tem sido correlacionada com maior propensão a comportamentos de risco e impactos nas condições de saúde, oportunidades para a vida e consequente menor produtividade econômica na vida adulta, assim como quanto mais prolongado o tempo de exposição, maiores as desordens neuropsíquicas e efeitos deletérios perpetrados:…”

“…Com o incremento do TEPT, acentuam-se as consequências deletérias das experiências vividas devido ao desencadeamento de disfunções biopsiocológicas que, entre elas, Kendall-Tackett (2012) destaca, singularmente, síndromes de dor crônica (fibromialgia e síndrome do intestino irritável, são as mais frequentes em casos de abuso), síndrome de fadiga crônica e sensibilidade química múltipla. Schaefer et al (2016), destacam que os efeitos do TEPT também podem "promover ou inibir a maturação funcional de estruturas neurais responsáveis pelo processamento cognitivo, bem como circuitos neurobiológicos envolvidos na resposta endócrina e imune ao estresse" (p.113).…”

Indicadores psicológicos e comportamentais na perícia do abuso sexual infantil

“…Apesar de algumas peculiaridades serem observadas na manifestação da sintomatologia de crianças vítimas de abuso sexual em comparação com vítimas de outros tipos de maus-tratos, pesquisadores reforçam que, mais importante do que o tipo de maltrato vivenciado, é a cronicidade, a severidade e as circunstâncias do evento (Jonkman, Verlinden, Bolle, Boer, & Lindauer, 2013). Tais informações são importantes de serem levadas em consideração, especialmente no contexto forense, pois quando se trata de abuso sexual é preciso fi car claro que é um evento traumático cuja natureza varia ao longo de um contínuo de gravidade e as experiências das crianças podem ser completamente diferentes, infl uenciando, consequentemente, o impacto do evento para cada uma delas (Schaefer, Lobo, Brunnet, & Kristensen, 2016).…”