Recent Work and Prospects in American Indian Contact Population

Abstract

The population levels of the newly discovered western hemisphere at contact have been an object of observers’ attention since the first voyage of Columbus. The numbers that have been developed over time reflected the environments in which they evolved – sometimes they were very high and sometimes very low. The latest of these cycles, dating from the 1940s and still in vogue, reflects the highest numbers, as well as the most elaborate methodology, ever applied to the problem. The results have been estimates that are many times most of those previously advanced, and the mechanism to explain this substantially greater decline has been epidemic European diseases, to which the American Indians had no resistance. The High Counters’ methodology involves taking relatively small numbers in the record and multiplying these many times over to reach new numbers that are ten to twenty times as large. A major component of this practice is to presume that the epidemics in question spread across the hemisphere even before Europeans could assess their impact. For this hypothesis, and for several other elements of the exercise, there is no evidence whatever. Despite this handicap, the new cadres of numbers have themselves spread far and wide and can be found in a variety of sources aimed at various audiences.

O debate inesgotável: causas sociais e biológicas do colapso demográfico de populações ameríndias no século XVI

“…Há um consenso entre historiadores e demógrafos históricos de que houve um colapso populacional dos ameríndios ao longo do século XVI. O que se discute, de forma intensa, são as dimensões e as causas dessa tragédia humana (Livi-Bacci, 2007;Henige, 2008;Storey, 2012;Jones, 2003Jones, , 2016. Por sua vez, a explicação em tela está intimamente associada ao tamanho da população do hemisfério ocidental antes do encontro com os europeus.…”

“…Mas, na medida em que as cifras se multiplicam para muitas dezenas de milhões (lembremos que a estimativa de Cook e Borah é de 25 milhões apenas para o México), a hipótese de que as epidemias são as maiores responsáveis pela tragédia ganha muita força, pois, segundo Livi-Bacci (2003, o poder das outras causas alegadas, intermediada por ações humanas, é praticamente desprezível ante a enorme fatalidade das doenças. Todavia, assim como outros autores (Brooks, 1993;Henige, 2008;Jones, 2003Jones, , 2016Storey, 2012;Nash, 2014), Livi-Bacci (2003 não concorda que as epidemias sozinhas possam explicar o colapso populacional. O autor também não aceita números populacionais tão altos, como os de Cook e Borah (Sánchez-Albornoz, 2003;Livi-Bacci, 2003.…”

“…Ele continua contestando a teoria da epidemia em solo virgem como explicação monocausal para a conquista espanhola. Assim como Henige (2008) e Livi-Bacci (2007), Jones (2016) aponta que não há evidências inequívocas de que doenças, que não deixam marcas nos ossos de suas vítimas (caso da própria varíola), tenham sido responsáveis únicas pela devastação. Ele também contesta a ideia de que os ameríndios viviam, antes da chegada dos europeus, em um ambiente livre de doenças, afimando que, a despeito de décadas de estudo, os pesquisadores não encontraram evidência de dramáticas diferenças na suscetibilidade racial à tuberculose, à varíola, ao sarampo e a outros patógenos proeminentes:…”

“…Assadourian (1989) recusa a primazia da hipótese da epidemia em solo virgem, evidenciando o papel da política colonial sobre o trabalho dos ameríndios nas minas de ouro e prata, como outra das causas que contribuíram para o colapso demográfico. Autores como Newson (1985), Brooks (1993), Jones (2003Jones ( , 2016, Livi-Bacci (2003, Henige (2008) e Nash (2014) também recusam a ideia de que as epidemias possam sozinhas explicar tamanho colapso populacional. Também defenderemos que uma explicação para o fenômeno da hecatombe populacional não pode atribuir apenas às doenças esse resultado desastroso, embora sem elas não seja possível compreendê-lo.…”

“…Na segunda parte, apresentamos a hipótese da epidemia em solo virgem tal como ela aparece no argumento de Diamond (2009), no livro supracitado, em relação à importância, absoluta ou relativa, das epidemias como explicação do colapso populacional dos ameríndios. Nos importamos aqui com Diamond por que seu "Armas, germes e aço" despertou comentários, ainda que muito críticos, em uma série de autores que lidam com o colapso demográfico dos ameríndios no século XVI (Jones, 2003(Jones, , 2016Nash, 2014;Correia, 2013;Livi-Bacci, 2011Henige, 2008). Além disso, o livro permanece com grande circulação, justificando o lançamento, em 2017, de edição comemorativa de 20 anos da primeira edição.…”