O trabalho faz parte da história e do movimento de mudanças da sociedade. Estudar o bem-estar no trabalho se faz necessário para acompanhar as constantes mudanças na estrutura social e compreender o impacto das atividades laborais na percepção de bem-estar no contexto de trabalho e de não trabalho dos indivíduos que vivem a dinâmica contemporânea de estreitamento da “barreira” profissional-pessoal. Questão problema: A presente pesquisa discute o grau de relação entre satisfação no trabalho, comprometimento organizacional afetivo, envolvimento no trabalho e bem-estar no trabalho, contextualizando o panorama de diminuição da dicotomia “vida” profissional e pessoal na sociedade na atualidade, em outras palavras, o estudo busca responder qual é o grau de correlação das variáveis do bem-estar no trabalho com a percepção de bem-estar no contexto de não-trabalho (bem-estar subjetivo), ou seja, com o bem-estar geral. Objetivo: analisar o bem-estar no contexto do trabalho a partir de seu caráter superordenado, composto pelas variáveis: satisfação no trabalho, envolvimento no trabalho e comprometimento organizacional afetivo; e o bem-estar no contexto de não-trabalho (bem-estar subjetivo) através da variável felicidade subjetiva. Metodologia: O estudo contou com a participação de 457 trabalhadores que também eram estudantes universitários de uma instituição privada com abrangência nacional, que responderam a Escala de Envolvimento com o Trabalho, a Escala de Satisfação com o trabalho, a Escala de comprometimento organizacional afetivo e a Escala de felicidade subjetiva, além do Questionário de dados sociodemográficos. Os dados foram analisados por meio de um estudo correlacional e demonstraram que as variáveis possuem grau de correlação entre si. Principais resultados e conclusões: Conclui-se que todas as variáveis tiveram correlações, sendo envolvimento no trabalho e satisfação no trabalho com o resultado mais fraco (0,193) comparado aos outros, mas ainda considerável. Isso sugere que é possível que alguns trabalhadores estejam envolvidos no trabalho ainda que não tão satisfeitos com ele. A satisfação no trabalho com a felicidade subjetiva foram as variáveis que expressaram maior correlação (0,552), dessa forma é possível considerar que o nível de satisfação do trabalho tem estreita relação com o bem-estar no contexto de não-trabalho (bem-estar subjetivo).