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Objetivo: Avaliar as alterações que ocorrem na sensibilidade corneana e secreção lacrimal após a cirurgia de "laser in situ keratomileusis" (LASIK). Métodos: Foram examinados 38 olhos de 19 pacientes, 9 homens e 10 mulheres submetidos à cirurgia de LASIK para correção de miopia com equivalente esférico médio de -3,79 D (± 1,29 D). A sensibilidade corneana foi medida com o estesiômetro de Cochet-Bonnet, na região central da córnea. A secreção lacrimal foi avaliada pelos testes de Schirmer I, secreção basal, medida do tempo de rotura do filme lacrimal, e sintomatologia apresentada. Os exames foram realizados antes e após 7, 30, 90, 180 e 270 dias da cirurgia ou até que os níveis pré-operatórios fossem atingidos. Resultados: Antes da cirurgia, o valor mediano da sensibilidade tátil corneana foi de 60,0 mm (variando de 50 a 60 mm); o teste de Schirmer I apresentou mediana de 21,5 mm (variando de 10 a 30 mm); o teste de secreção basal obteve mediana de 11,5 mm (variando de 6 a 20 mm); o tempo de rotura do filme lacrimal alcançou mediana de 16,0 segundos (variando de 8 a 22 segundos). Todos os pacientes recuperaram seus valores pré-operatórios de sensibilidade corneana e secreção lacrimal entre 90 e 180 dias após a cirurgia. Durante os 9 meses de seguimento, 5 pacientes (10 olhos) não apresentaram qualquer sintoma relacionado a olho seco. Conclusão: Após a cirurgia de LASIK a sensibilidade corneana e a secreção lacrimal podem ficar reduzidos por até 6 meses. Neste período, 73,6% dos pacientes apresentaram sintomas de olho seco. Estudos futuros são necessários para avaliar os efeitos destas alterações sobre a fisiologia corneana. Sensibilidade corneana e secreção lacrimal após LASIK Corneal sensivity and tear secretion after LASIK INTRODUÇÃONos últimos anos, a técnica de "Laser in situ keratomileusis" (LASIK) tem se tornado bastante popular no tratamento de miopia, astigmatismo e hipermetropia (1)(2)(3) . O LASIK associa a precisão do laser às vantagens da cirurgia lamelar. Para corrigir miopia, pequena quantidade de tecido corneano é removida da região central da córnea, resultando em seu aplanamento. Quanto maior o erro refracional a ser corrigido, maior a profundidade da ablação e maior a quantidade de tecido corneano removido (1) . Alguns estudos mostram que a profundidade da ablação (4)(5)(6) afeta a regeneração dos nervos corneanos e a recuperação da sensibilidade. O LASIK poupa o epitélio, a membrana de Bowman, o estroma superficial e uma considerável porção do plexo nervoso anterior, já que os nervos localizados no pedículo do disco não são afetados (7) . Os nervos corneanos do restante da lamela são mecanicamente deslocados, mas sua estrutura (8) . Terminada a ablação, o disco corneano é recolocado em sua posição original. Linna et al (7) demonstraram que a porção distal do nervo seccionado degenera, deixando canais vazios através dos quais a porção proximal se regenera. Isto permite uma recuperação mais rápida e organizada do plexo nervoso.Alguns estudos têm descrito hipoestesia corneana após o LASIK (4)(5)(...
Objetivo: Avaliar as alterações que ocorrem na sensibilidade corneana e secreção lacrimal após a cirurgia de "laser in situ keratomileusis" (LASIK). Métodos: Foram examinados 38 olhos de 19 pacientes, 9 homens e 10 mulheres submetidos à cirurgia de LASIK para correção de miopia com equivalente esférico médio de -3,79 D (± 1,29 D). A sensibilidade corneana foi medida com o estesiômetro de Cochet-Bonnet, na região central da córnea. A secreção lacrimal foi avaliada pelos testes de Schirmer I, secreção basal, medida do tempo de rotura do filme lacrimal, e sintomatologia apresentada. Os exames foram realizados antes e após 7, 30, 90, 180 e 270 dias da cirurgia ou até que os níveis pré-operatórios fossem atingidos. Resultados: Antes da cirurgia, o valor mediano da sensibilidade tátil corneana foi de 60,0 mm (variando de 50 a 60 mm); o teste de Schirmer I apresentou mediana de 21,5 mm (variando de 10 a 30 mm); o teste de secreção basal obteve mediana de 11,5 mm (variando de 6 a 20 mm); o tempo de rotura do filme lacrimal alcançou mediana de 16,0 segundos (variando de 8 a 22 segundos). Todos os pacientes recuperaram seus valores pré-operatórios de sensibilidade corneana e secreção lacrimal entre 90 e 180 dias após a cirurgia. Durante os 9 meses de seguimento, 5 pacientes (10 olhos) não apresentaram qualquer sintoma relacionado a olho seco. Conclusão: Após a cirurgia de LASIK a sensibilidade corneana e a secreção lacrimal podem ficar reduzidos por até 6 meses. Neste período, 73,6% dos pacientes apresentaram sintomas de olho seco. Estudos futuros são necessários para avaliar os efeitos destas alterações sobre a fisiologia corneana. Sensibilidade corneana e secreção lacrimal após LASIK Corneal sensivity and tear secretion after LASIK INTRODUÇÃONos últimos anos, a técnica de "Laser in situ keratomileusis" (LASIK) tem se tornado bastante popular no tratamento de miopia, astigmatismo e hipermetropia (1)(2)(3) . O LASIK associa a precisão do laser às vantagens da cirurgia lamelar. Para corrigir miopia, pequena quantidade de tecido corneano é removida da região central da córnea, resultando em seu aplanamento. Quanto maior o erro refracional a ser corrigido, maior a profundidade da ablação e maior a quantidade de tecido corneano removido (1) . Alguns estudos mostram que a profundidade da ablação (4)(5)(6) afeta a regeneração dos nervos corneanos e a recuperação da sensibilidade. O LASIK poupa o epitélio, a membrana de Bowman, o estroma superficial e uma considerável porção do plexo nervoso anterior, já que os nervos localizados no pedículo do disco não são afetados (7) . Os nervos corneanos do restante da lamela são mecanicamente deslocados, mas sua estrutura (8) . Terminada a ablação, o disco corneano é recolocado em sua posição original. Linna et al (7) demonstraram que a porção distal do nervo seccionado degenera, deixando canais vazios através dos quais a porção proximal se regenera. Isto permite uma recuperação mais rápida e organizada do plexo nervoso.Alguns estudos têm descrito hipoestesia corneana após o LASIK (4)(5)(...
To evaluate the efficacy and safety of laserassisted in situ keratomileusis (LASIK) in patients with preoperative dry eye. Methods: We divided the 543 eyes that underwent LASIK into the following 3 groups: eyes with definite dry eye (DE group), with probable dry eye (PDE group), and without dry eye (NDE group). We evaluated visual outcome, dry-eye status, and complications. Outcome Measures: We compared uncorrected and best-corrected visual acuity, manifest refraction, symptoms, tear function, ocular surface abnormality, complications, corneal sensitivity, endothelial cell count, and patient satisfaction among the groups. Results: We found no significant differences among the groups in uncorrected and best-corrected visual acuity, manifest refraction, and patient satisfaction. A dry-eye symptom, dryness, was more severe in the DE than the NDE group after LASIK. The mean results of the Schirmer test with anesthesia and tear breakup times were significantly lower and the fluorescein score was higher in the DE than the NDE groups after LASIK. We found no differences in the incidence of complications among the groups. Corneal sensitivity was recovered within 6 months after LASIK in the DE and PDE groups and within 3 months in the NDE group. Conclusions: The efficacy and safety of LASIK were not affected by preexisting dry eye. However, preexisting dry eye is a risk factor for severe postoperative dry eye with lower tear function, more vital staining of the ocular surface, and more severe symptoms.
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