IntroduçãoA indústria de embalagens é uma grande consumidora de plásticos. Em 2008, a indústria brasileira de embalagens foi avaliada em US$ 24.636 milhões, correspondendo a um total de 7,5 milhões de toneladas, sendo equivalente a 1,6% do produto interno bruto. Deste montante, as embalagens plásticas representaram 22%, em massa, e 25%, em valor. Os polímeros mais utilizados em embalagens plásticas são o poli(tereftalato de etileno) -PET, polipropileno -PP, polietileno de baixa densidade -PEBD e polietileno de alta densidade -PEAD (em massa), porém quando se considera a contribuição em valor a ordem de importância é alterada para PEBD, PP, PET e PEAD, conforme apresentado na Tabela 1. Além disso, o consumo de embalagens plásticas tem crescido de 4 a 7% ao ano [1] . A principal aplicação das embalagens plásticas é o setor alimentício (65%), que apresentou um consumo de 1.085.003 t, em 2008, no qual os segmentos de bebidas não-alcoólicas (531.286 t), laticínios e gorduras (196.683 t), carnes e vegetais (157.521 t) são os mais expressivos. No setor não-alimentício (582.531 t), os segmentos de química e agricultura (237.381 t), produtos de limpeza (187.242 t), higiene e beleza (141.039 t) são os principais usuários das embalagens plásticas [1] . As embalagens têm rotatividade alta, pois acabam se transformando em resíduo sólido urbano após o consumo do Resumo: As embalagens têm rotatividade alta, pois acabam se transformando em resíduo sólido urbano após o consumo do produto de interesse. Por este motivo é importante que as embalagens apresentem o símbolo de identificação do material, a fim de facilitar a cadeia de reciclagem. Muitos produtos de materiais plásticos apresentam código de identificação da resina (normalmente um número de 1 a 7 dentro de um triângulo de três setas e sob o mesmo uma abreviatura), cujo objetivo é indicar o tipo de plástico do qual o produto é feito e auxiliar sua separação e posterior reciclagem e revalorização. Ou seja, tenta-se facilitar a recuperação dos materiais plásticos descartados com o resíduo sólido urbano. O objetivo deste estudo foi efetuar um levantamento de dados sobre os símbolos de identificação de materiais em embalagens plásticas flexíveis, para avaliar se o mercado está adotando a identificação corretamente ou se ainda existe falta de informação. Foi avaliado um total de 509 embalagens plásticas flexíveis para acondicionar produtos alimentícios e não alimentícios disponíveis no mercado brasileiro. Apesar de a norma brasileira ABNT NBR 13230 já estar em sua segunda revisão, ainda existe muita heterogeneidade na identificação das embalagens plásticas. Somente cerca de 50% das embalagens avaliadas apresentaram o símbolo de identificação da resina. Além disso, em alguns casos cerca de 30% das embalagens apresentaram a identificação do material de forma incorreta. Portanto, ainda existe informação errônea no mercado brasileiro sobre o tipo de material da embalagem plástica (incluindo ausência do símbolo de identificação), bem como falta de informação sobre o símbolo corr...