O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar e seus subprodutos do mundo, pois a cultura é muito favorecida pelas condições climáticas do país. Uma das preocupações e custos de produção para o setor sucroalcooleiro é a ocorrência de doenças durante todas as fases do cultivo da cana-de-açúcar. Dentre as principais doenças pode-se citar a podridão vermelha, causada pelo fungo Colletotrichum falcatum e a murcha e Pokkah Boeng causadas por diversas espécies de Fusarium spp. Essas doenças afetam o cultivo da cana em todo o mundo, reduzindo gravemente a produtividade da cana-de-açúcar na colheita. Provocam perdas de até 100% da produção e muitas variedades comerciais foram perdidas devido à severidade das doenças. Para podridão vermelha (C. falcatum) existem muitos estudos e variedades resistentes disponíveis, porém há poucos produtos e recomendações de manejo. Já para murcha e Pokkah Boeng (Fusarium spp.) existem diversos gargalos e informações que ainda não são conhecidas sobre a doença, incluindo as diferentes espécies do agente etiológico (Fusarium spp.) que podem causar a doença ou até outras doenças em que os sintomas são divergentes. A falta de produtos registrados para as doenças, sejam fungicidas químicos ou biológicos é outro desafio enfrentado, pois o manejo fica dependente apenas do desenvolvimento de cultivares resistentes, o que demanda grande investimento de tempo, além do financeiro. O presente artigo revisa o cenário da podridão vermelha, da murcha de Fusarium spp. e da Pokkah Boeng em cana-de-açúcar, o impacto das doenças no cultivo da cana-de-açúcar, características dos patógenos, resistência às doenças e manejo disponível.