O Brasil possui hoje a terceira maior população de pets do mundo. Tal número denota não só a intensa atividade econômica relacionada à aquisição de bens e serviços como também uma importante mudança de comportamento de indivíduos e famílias. Ainda assim, são escassos os estudos na área do comportamento do consumidor que tenham se debruçado sobre a relação humano-pet como “meio” e não como “fim”. Nesse sentido, o presente estudo busca identificar e debater características distintivas dos chamados “pais de pet”, bem como refletir sobre práticas de consumo comuns a este grupo. A partir de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, que contou com a realização de sete entrevistas em profundidade com pais de pet autodeclarados, sugere-se que os investigados exibiram traços de busca pela extensão de si mesmos, interação análoga ao que teriam com uma outra pessoa, ampliação do grupo familiar, uso do pet em contextos de diversão e brincadeiras, e também busca por prazer e problemas. Neste contexto aloparental, os pais de pet realizam práticas antropomórficas, as quais podem estar influenciando suas decisões de consumo. Ao final, esboça-se dois perfis de pais de pet, em um espectro que ilustra prioridades em termos de comportamentos e práticas de consumo.