Objetivo: O descarte de bolsas de sangue e seus hemocomponentes representa um percentual significativo do total de bolsas coletadas, sugerindo a necessidade de melhorias na gestão de qualidade durante o processamento e armazenamento do sangue. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi identificar e analisar os aspectos relacionados ao descarte de bolsas de sangue no Banco de Sangue do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (BS-HC-UFG/EBSERH) entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021. Material e métodos: Estudo retrospectivo baseado em análises de banco de dados secundários sobre doações de sangue no BS-HC-UFG. Os dados foram coletados no sistema Sangue Rede e a análise estatística foi realizada a partir das seguintes variáveis: número de bolsas de sangue coletadas, hemocomponentes produzidos e descartados, e principais motivos de descarte. Resultados: No período analisado, houve 12.826 doações de sangue, produção de 30.715 hemocomponentes e 26,6% de taxa de descarte. No Banco de Sangue, o plasma fresco congelado foi o hemocomponente mais descartado, cerca de 53,5% desse descarte foi por volume insuficiente, enquanto o descarte de concentrados de hemácias e de plaquetas randômicas foi em sua maioria devido a sorologia positiva ou inconclusiva. Na Agência Transfusional, 20,7% do descarte foi de concentrado de plaquetas randômicas, principalmente devido data de vencimento (92%). Conclusão: Os resultados mostram uma taxa considerável de descarte por motivos passíveis de serem evitados ressaltando a importância da gestão de qualidade nos serviços de hemoterapia sugerindo a necessidade de ações preventivas para redução das taxas de descarte.