Na radioterapia do câncer de mama, em que se utilizam campos tangentes, a escolha manual da angulação do gantry leva em consideração o volume de tecido sadio irradiado. O objetivo deste trabalho foi desenvolver, validar e comparar dois algoritmos para automatizar a seleção dos ângulos dos campos tangentes na radioterapia do câncer de mama. Um dos algoritmos escolhe as angulações das tangentes através da determinação da menor área da projeção do volume alvo de tratamento na projeção do feixe (Script_PTV); o outro (Script_PULMAO) considera o ângulo que possui a menor área de intersecção do volume alvo com o pulmão ipsilateral na projeção do feixe. Essas áreas foram calculadas com o Método de Gauss. Foram analisados retrospectivamente 55 planejamentos para o tratamento de câncer de mama sem irradiação nodal, sendo 31 para o lado esquerdo e 24 para o lado direito. Os desvios absolutos entre os ângulos obtidos manualmente e os Script_PTV e Script_PULMAO foram diferentes (z = -5,27, p < 0,001). Para o Script_ PTV a mediana, o primeiro e terceiro quartil foram, respectivamente, 2,50, 1,00 e 4,50 graus. Para o Script_ PULMAO esses resultados foram, respectivamente, 1,35, 0,50 e 2,50 graus. A proporção de incidências na mama contralateral no grupo cujos desvios absolutos foram maiores ou igual a 4 graus foi maior do que no grupo em que as diferenças foram inferiores a 4 graus (p < 0,001). Isso indica a relevância da ponderação da incidência dos feixes na mama contralateral na determinação dos ângulos de gantry. Além disso, as menores diferenças e dispersões dos resultados do Script_PULMAO, em relação à determinação manual das angulações do gantry, sugerem que esta abordagem é mais adequada geometricamente do que a do Script_PTV.