A Geografia, ciência de diálogos, mantém contatos com as diversas áreas do saber há décadas. Tais contatos são a expressão da inquietude do fluxo criativo na interpretação do espaço geográfico. O diálogo com as artes e suas deambulações geográficas, então, se evidenciam como parte da natureza própria da Geografia também ser uma ciência associada às explorações. Nesse sentido, a proposta é pensar o filme como campo das novas aventuras geográficas, produtor de novos olhares para o mundo. Assim, sem negligenciar o que foi produzido até os tempos atuais, visa-se uma renovação da relação Geografia-cinema. Articulando autores contemporâneos e da Geografia Clássica, por meio de uma construção teórica, concebe-se a noção de espraiamento artístico-científico, num avanço da Geografia em direção a arte e desta rumo àquela. Como ponto em comum das duas áreas, a narrativa ganha proeminência, posto que ambas, obra cinematográfica e Geografia, são narrativas do mundo. Conclui-se que as narrativas são essencialmente geográficas e a ideia de percurso auxilia no entrelace Geografia-Cinema, pois os itinerários são vitais para compreender as significações geográficas nos filmes.