Compreender os processos evolutivos que ocorreram para a conformação atual do ambiente costeiro é de suma importância para estudos relacionados ao planejamento e gestão do litoral. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar a barreira costeira holocênica do setor sul de Jaguaruna, Santa Catarina, do ponto de vista geológico, geomorfológico e evolutivo, através de dados de superfície e de subsuperfície, a fim de subsidiar a gestão costeira da região. O estudo foi realizado com base na interpretação de fotografias aéreas e na análise de dados geofísicos obtidos com um GPR. Em superfície foram identificados quatro depósitos sedimentares compondo a barreira costeira: Depósito Lagunar Praial, Depósito Paludial, Depósito Eólico e Depósito Marinho Praial. Do ponto de vista geomorfológico, esses depósitos se apresentam na forma de planície de cordões litorâneos, banhados, dunas e praia, respectivamente. Além destes, cristas de precipitação e paleocanais se destacam na morfologia da barreira. Quanto às informações de subsuperfície, a principal observação está relacionada à influência do Rio Urussanga sobre o ambiente marinho raso e praial durante a evolução da barreira. A presença de paleocanais em subsuperfície, juntamente com outras informações identificadas em superfície, permitiram caracterizar o comportamento evolutivo da barreira como regressiva. As seções de GPR possibilitaram identificar os paleocanais devido à presença de uma superfície erosiva em forma côncava, com alta amplitude e continuidade lateral. Acima dessa superfície ocorre o preenchimento dos paleocanais em fases distintas. Estas informa- ções de caráter geológico e geomorfológico têm implicações importantes para o planejamento e gestão territorial.