Relação entre a cobertura da Estratégia Saúde da Família e o diagnóstico de sífilis na gestação e sífilis congênita

Abstract

IntroduçãoA notificação compulsória de uma doença visa acumular dados suficientes para permitir uma análise que leve a intervenções para sua redução e/ou de suas consequências 1 . No caso da notificação da sífilis em gestantes, a pretensão clara é a de reduzir a sua incidência até conseguir a eliminação da sífilis congênita, derivada da transmissão vertical do Treponema pallidum 2 . A sífilis congênita é causa de importante morbidade para a criança e, também, de mortalidade perinatal, especialmente no componente fetal 3 , apesar do baixo custo do tratamento e disponibilidade de tecnologia leve para sua prevenção 4 .A sífilis na gestante tornou-se de notificação compulsória em 2005 (Portaria MS/SVS nº. 33) 5 , sendo a ficha de investigação liberada para digitação no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) em 2007. A sífilis congênita adquiriu este status muito tempo antes, em 1986, e sua ficha de investigação sofreu variações ao longo dos anos, a fim de melhorar a detecção e acompanhar o processo de eliminação assinado em acordos internacionais pelo Ministério da Saúde 6,7,8 .A qualidade do preenchimento das fichas de investigação de agravos de notificação compulsória é determinante para o planejamento de intervenções 1 . Para a sífilis em gestante, o processo de investigação se dá na atenção primária, uma vez que esse é o cenário em que o diagnóstico ARTIGO ARTICLE

Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de 2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil

“…The problems that prejudice CS prevention are closely linked to prenatal care, and are as follows: tests not carried out and delays in providing test results; women abandoning prenatal care; no follow-up to bring back women who have abandoned prenatal care; difficulties on the part of health professionals in managing infection; difficulty in bringing in and treating the partner; lack of follow-up of mothers and their infants after birth; as well as incomplete information provided in the epidemiological medical records and forms 11,19,28,29 . Maternal diagnosis at the time of birth provides an opportunity to treat the mother and her partner, thereby possibly avoiding new CS complications.…”

Sífilis na gestação: perspectivas e condutas do enfermeiro

“…In the case of GS notification, the clear intention is to reduce its incidence to eliminate CS. 29 It is agreed that GS was inserted as a compulsory notification disease due to high prevalence and VT rates ranging from 30% to 100% and its diagnosis should be confirmed when the pregnant women present clinical evidence of the disease and/or nontreponemic reactive serology, which is obtained in prenatal care, delivery or curettage, and the epidemiological surveillance is responsible for the control of the VT. 23 quality of the information, making difficult a more accurate analysis of the disease. 27 For syphilis in pregnant women, the research process takes place in primary care since this is the scenario in which the diagnosis of the disease and prenatal care develops.…”

“…However, the respondents stated that they did not notify it, and this is a failure that must be corrected to improve the quality of care. 29 In view of the above, it was possible to notice that in the health unit where the research was conducted there is no case report, which is done only in the reference unit in which high-risk prenatal care takes place. This hinders to know the real incidence of pregnant women with syphilis in the prenatal care of the unit, reflecting deficiencies in the quality of care.…”

Sífilis na gestação: estratégias e desafios dos enfermeiros da atenção básica para o tratamento simultâneo do casal

“…Nessa estratégia se insere a atenção pré-natal, a qual tem em seus protocolos triagem da sífilis na gestante e o consequente tratamento da mulher e de seu parceiro, quando apresentam testes positivos. Assim, torna-se um espaço ideal para o controle da sífilis congênita, principalmente no que se refere ao diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos em gestantes com VDRL positivo, bem como de seus parceiros sexuais, que devem receber cuidados concomitantes (5) . Com o tratamento simultâneo do casal, em tempo oportuno do pré-natal, é possível aumentar as chances de minimizar a sífilis congênita.…”