As disfunções temporomandibulares referem-se a um conjunto de condições que afetam os músculos da mastigação e/ou a articulação temporomandibular. Quando esta condição abrange também problemas clínicos na região cervical, utiliza-se o termo disfunção craniocervicomandibular. Além de comprometer funções próprias do sistema estomatognático, as alterações nas estruturas da ATM podem trazer sintomatologia auditiva associada devido à grande proximidade anatômica e funcional entre os componentes da orelha e ATM. O objetivo deste trabalho foi revisar estudos da literatura sobre etiologia, manifestações clínicas, fisiopatogenia, diagnóstico e tratamento das disfunções craniocervicomandibulares associadas a sintomatologia vestibulococlear, a fim auxiliar acadêmicos e profissionais no estudo desta condição dolorosa crônica.Descritores: Articulação Temporomandibular; Cervicalgia; Pontos-Gatilho; Transtornos Craniomandibulares; Síndromes da Dor Miofascial.ReferênciasCarrara SV, Conti PCR, Barbosa JS. Termo do 1º consenso em disfunção temporomandibular e dor orofacial. Dental Press J Orthod. 2010;15(3):114-20.Pozzebon D. Dor e disfunção craniocervicomandibular, ansiedade e depressão em profissionais da Enfermagem sob estresse no trabalho [dissertação]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 2015.Barreto DC, Barbosa AR, Frizzo AC. Relação entre disfunção temporomandibular e alterações auditivas. Rev. CEFAC. 2010;12(6):1067-76.Santos PP, Santos PR, Souza LB. Características gerais da disfunção temporomandibular: conceitos atuais. Rev Naval Odontol. 2009;3(1):10-3.Bove SRK, Guimarães AS, Smith RL. Caracterização dos pacientes de um ambulatório de disfunção temporomandibular e dor orofacial. Rev Latino-am Enfermagem. 2005;13(5):686-91.Weber P, Corrêa ECR, Ferreira FS, Soares JC, Bolzan GP, Silva AM. Frequência de sinais e sintomas de disfunção cervical em indivíduos com disfunção temporomandibular. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(2):134-39.Felício CM, Faria TG, Silva MA, Aquino AM, Junqueira CA. Desordem Temporomandibular: relação entre sintomas otológicos e orofaciais. Rev Bras Otorrinolaringol. 2004;70(6):786-93.Sartoretto SC, Bello YD, Bona AD. Evidências científicas para o diagnóstico e tratamento da DTM e a relação com a oclusão e a ortodontia. RFO. 2012; 17(3):352-59.Maydana AV, Tesch RS, Denardin OVP, Ursi WJ, Dworkin SF. Possíveis fatores etiológicos para desordens temporomandibulares de origem articular com implicações para diagnóstico e tratamento. Dental Press J Orthod. 2010;15(3):78-86.Santos PP, Santos PR, Souza LB. Características gerais da disfunção temporomandibular: conceitos atuais. Rev Nav Odontol. 2009;3(1):10-3.Grade R, Caramês J, Pragosa A, Carvalhão J, Sousa S. Postura e disfunção temporo-mandibular: controvérsias actuais. Rev port estomatol cir maxilofac. 2008;49(2):111-17.Cardoso LM, Kraychete DC, de Araújo RP. A relevância do apertamento dentário nas desordens temporomandibulares. R C med biol. 2011; 10(3):277-83.Molina OF, Gaio DC, Cury MDN, Cury SE, Gimenez SRM, Salomão EC, Pinesci E. Uma análise crítica dos sistemas de classificação sobre o bruxismo: implicações com o diagnóstico, severidade e tratamento dos sinais e sintomas de DTM associados com o hábito. JBA. 2002;2(5):61-39.Basso DBA. Atividade muscular, alinhamento corporal e avaliação clínica de indivíduos com disfunções temporomandibulares e com desvios posturais antes e após reeducação postural global (RPG) [dissertação]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 2009.Ritzel CH, Diefenthaeler F, Karolczak AP, Rodrigues AM, Guimarães AC, Vaz MA. A relação entre a musculatura mastigatória e cervical na disfunção craniocervicomandibular. Conference Paper. 2005.Amantéa DV, Novaes AP, Campolongo GD, Barros TP. A importância da avaliação postural no paciente com disfunção da articulação temporomandibular. Acta Ortop Bras. 2004;12(3):155-59.Anselmo SM. Fatores psicológicos relacionados às desordens temporomandibulares: avaliação de pacientes submetidos a tratamento com aparelhos oclusais planos e reabilitação oral. [Tese]. Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas; 2005.Cestari K, Camparis CM. Fatores psicológicos: sua importância no diagnóstico das desordens temporomandibulares. JBA. 2002;2(5):54-60.Ferreira KD, Guimarães JP, Batista CH, Ferraz-Júnior AM, Ferreira LA. Fatores psicológicos relacionados à sintomatologia crônica das desordens temporomandibulares – revisão de literatura. RFO. 2009;14(3):262-67.Okeson JP. Tratamento das Desordens Temporomandibulares. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013.Rabello GD. Dores orofaciais. In: Manganello LC, Silveira ME, Silva AA. Cirurgia da articulação temporomandibular. São Paulo: Gen; 2014.Merril RL. Mecanismos da dor orofacial e suas aplicações clínicas. JBA. 2001;1(4):335-49.Sydney PB, Conti PC. Diretrizes para avaliação somatossensorial em pacientes portadores de disfunção temporomandibular e dor referida orofacial. Rev Dor. 2011;12(4):349-53.Albuquerque JP. Pontos-gatilho dos músculos da cabeça e pescoço e suas áreas de referência [dissertação]. Campinas: Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic; 2008.Rocha CA, Sanchez TG, Siqueira JT. Pontos-gatilho miofasciais: ocorrênciaa e capacidade de modulação em pacientes com zumbido. Arq. Int. Otorrinolaringol. 2006;10(3):210-17.Bigongiari A, Franciulli PM, Souza FA, Mochizuki L, Araújo RC. Análise da atividade eletromiográfica de superfície de pontos gatilhos miofasciais. Rev Bras Reumatol. 2008;48(6):319-24.Travell J. Temporomandibular joint pain referred from muscles of the head and neck. J Pros Den. 1960;10(4):745-63.Manfredi AP, da Silva AA, Vendite LL. Avaliação da sensibilidade do questionário de triagem para dor orofacial e desordens temporomandibulares recomendado pela Academia Americana de Dor Orofacial. Rev Bras Otorrinolaringol. 2001; 67(6):763-68.Jacob LC, Rabiço TM, Campêlo RM, Aguiar FP, Zeigelboim BS. Sintomas auditivos e análise das emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente em indivíduos portadores de disfunção temporomandibular. Distúrb Comum. 2005;17(2):173-82.Farias KR. Sinais e sintomas de desordens temporomandibulares em pacientes portadores de disfunção vestibular [monografia]. Campina Grande: Universidade Estadual da Paraíba; 2015.Silva RS, Conti PCR, Araújo CRP, Rubo JH, Santos CN. Palpação muscular: sensibilidade e especificidade. Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial. 2003; 3(10):164-69.Melo GM. Mecanismo de ação dos dispositivos interoclusais. Rev Sul-Bras Odontol. 2010 jun; 7(2):216-25.Cordoni RR. Ação da placa miorrelaxante como redutor de estresse bucal e dor orofacial em trabalhadores [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2002.Sobreira CR, Zampier MR. Terapia farmacológica nas desordens temporomandibulares. R Un Alfenas. 1999;5:239-45.Oliveira KB, Pinheiro IC, Freitas DG, Gualberto HD, Carvalho NA. A abordagem fisioterapêutica na disfunção da articulação temporomandibular: revisão de literatura. Med Reabil. 2010;29(3):61-4.Furlan RM. O uso da crioterapia no tratamento das disfunções temporomandibulares. CEFAC. 2015; 17(2):648-55.Furlan RM, Giovanardi RS, Britto AT, Britto DB. O emprego do calor superficial para tratamento das disfunções temporomandibulares: uma revisão integrativa. CoDAS. 2015;27(2):207-12.Favero EK. Disfunções da articulação temporomandibular: uma visão etiológica e terapêutica multidisciplinar [monografia]. São Paulo: Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica; 1999.Shinozaki EB, Paiva G, Zanin FA, Brugnera Júnior A. Avaliação eletromiográfica de pacientes com DTM após laserterapia. RGO. 2006;54(4):334-39.List T, Jensen RH. Temporomandibular disorders: old ideas and new concepts. 2017;37(7):692-704.