Relação Entre População Rural E Cobertura Florestal No Noroeste Do Rio Grande Do Sul

Abstract

O objetivo do trabalho foi analisar a relação entre a migração da população rural e seus efeitos indiretos sobre a cobertura florestal em duas microrregiões do noroeste do estado do Rio Grande do Sul, mediante o uso de dados socioeconômicos e mapeamento de cobertura arbórea com produtos de sensoriamento remoto. Os dados socioeconômicos referentes à população rural para cada município, de 1970 a 2010, e dados de produção florestal anual, de 2004 a 2013, foram utilizados. O mapeamento da cobertura florestal foi realizado utilizando a classificação manual, com base em imagens do Landsat 5 (sensor Thematic Mapper) das datas de 1985, 1994 e 2005, e do Landsat 8 (sensor Operational Land Imager), da data de 2014. Foi constatado que todos os municípios apresentaram queda nas taxas de população rural no período analisado. A média de produção florestal anual para cada microrregião apontou um decréscimo da atividade extrativista e aumento da silvicultura comercial, vindo ao encontro do aumento da cobertura florestal em praticamente todos os municípios, de 1985 a 2014. Assim, foi verificado que a diminuição da população rural leva indiretamente ao abandono de áreas pouco propícias para a agricultura e a um aumento dos plantios comerciais em áreas mais íngremes ou com solos mais pobres.

Mudança no estoque de carbono em áreas especiais de uso do solo na Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu - PR em 15 anos

“…Dessa forma, tão importante quanto compreender os processos que envolvem o desmatamento é entender a dinâmica de uso e cobertura da terra, que é reflexo de questões socioeconômicas regionais, ou seja, compreender que o desflorestamento pode levar a migração de populações rurais e causar mudanças significativas na paisagem (ROSA et al, 2016). Portanto, a percepção da relação espacial entre variáveis ambientais, sociais e econômicas torna-se fundamental para o embasamento de políticas públicas que incentivem e facilitem o processo de regeneração e conservação florestal e, consequente, desenvolvimento socioeconômico regional (ARAÚJO et al, 2015).…”