O quadro inflamatório sistêmico exacerbado gerado pela COVID-19 está associado a desordens na hemostasia. O objetivo deste estudo foi de realizar uma busca, síntese e discussão acerca de estudos relacionados às consequências da COVID-19 e as sequelas hemostáticas geradas após a infecção pelo SARS-CoV-2. Estudo observacional descritivo, do tipo revisão integrativa de literatura. Seis estudos foram incluídos nesta pesquisa. A COVID-19 provoca um processo inflamatório associado a hipercoagulabilidade, ativação plaquetária e disfunção endotelial. O aumento de D-Dímero parece refletir na formação de coágulos pela viremia e excesso de citocinas decorrente do processo inflamatório. Em contrapartida, valores elevados persistentes de D-dímero mesmo após hospitalização por COVID-19 podem não estar associados a risco de TEV (em indivíduos sem risco de trombose). O tratamento rotineiro de todos os pacientes com tromboprofilaxia pós-alta hospitalar pode não ser necessário, enquanto visando pacientes de alto risco pode ser suficiente. A alteração no eixo FVW(Ag)/ADAMTS13 está relacionada com um estado pró-trombótico e é muito presente em pacientes com COVID-19. Há envolvimento sustentado de células endoteliais, atividade de coagulação e inflamação crônica no decorrer da doença, além de potenciais danos microvasculares. Os idosos são mais susceptíveis a complicações no curso da COVID-19. Já a população pediátrica, em sua maioria, apresenta casos leves e/ou assintomáticos. Porém, todas as faixas etárias estão sob influência da presença ou ausência de comorbidades e outros fatores individuais e ambientais. O cuidado com pacientes acometidos da COVID-19 deve ir além da alta hospitalar, necessitando de acompanhamento, avaliação e reabilitação contínua.