A eficiência reprodutiva é determinante para o potencial produtivo e a rentabilidade dos sistemas de criação de bovinos, tanto leiteiros quanto de corte. Para tanto, é necessário não somente que as fêmeas tenham capacidade de emprenhar rapidamente, mas também que sejam capazes de manter essa gestação até o parto, gerando um bezerro saudável e uma lactação produtiva. Nesse contexto, um dos principais desafios a ser enfrentado é a perda gestacional (PG), que impacta negativamente a viabilidade econômica e a capacidade produtiva dos rebanhos. A ocorrência de PG acarreta custos elevados para o sistema de produção, especialmente quando ocorre em estágios mais avançados da gestação. A PG pode ser categorizada pela morte embrionária precoce, morte embrionária tardia e morte fetal, dependendo do estágio gestacional em que ocorre. Estudos têm demonstrado que a maior incidência de PG ocorre no período embrionário precoce, ainda antes do primeiro diagnóstico de gestação, dificultando sua detecção e mitigação. Diversos fatores podem estar associados à PG em rebanhos de corte e leiteiros. Dentre esses fatores, destacam-se efeitos genéticos, metabólicos, nutricionais e endócrinos, além de fatores relacionados à ambiência, saúde e manejo do rebanho. A compreensão destes fatores, bem como o melhor entendimento dos mecanismos que podem acarretar a PG é essencial para o desenvolvimento de estratégias que melhorem a eficiência reprodutiva e, consequentemente, a rentabilidade dos sistemas de produção. O objetivo desta revisão é discutir a incidência de PG em bovinos, suas causas, fatores associados e possíveis estratégias para reduzi-las.