2016
DOI: 10.4000/cadernosaa.1130
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Relatos e imagens da cracolândia: modos de vida e resistência na rua

Abstract: Registra-se neste ensaio, uma narrativa visual de fragmentos da vida na "cracolândia" em São Paulo. Esta narrativa é composta por desenhos, executados por diferentes ilustradores, tendo por fonte de inspiração o trabalho de campo realizado neste território.Palavras-chave: ambiente, cracolândia, uso de drogas, antropologia, desenho, cotidiano intRodução O interesse pelo tema deste ensaio surgiu a partir de estudos na área das drogas e durante o trabalho de campo realizado a partir de 2004 na região denominada "… Show more

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“…A existência cotidiana na Cracolândia se apresenta, em Calil (2016), como uma atitude política limite, em que a resistência se expressa por um saudável interesse em sobreviver. Os próprios modos de ocupação do local também seriam, em Rui (2014), marcados por uma ocupação itinerante como forma de resistência à repressão policial.…”
Section: Introductionunclassified
“…A existência cotidiana na Cracolândia se apresenta, em Calil (2016), como uma atitude política limite, em que a resistência se expressa por um saudável interesse em sobreviver. Os próprios modos de ocupação do local também seriam, em Rui (2014), marcados por uma ocupação itinerante como forma de resistência à repressão policial.…”
Section: Introductionunclassified
“…Está localizada na região central da cidade de São Paulo, e trata-se de uma imensa cena de uso de drogas que chegou a possuir milhares de frequentadores diários (ALVES, 2017). Este fenômeno não passou despercebido aos olhos da academia e foi objeto de dezenas de pesquisas sobre os mais variados aspectos como: as práticas de lazer e resistência que lá ocorrem (ADERALDO & FAZZIONI, 2012;CALIL, 2016); as estratégias de autocontrole e autocuidado (ADORNO et al, 2014; RAUPP e ADORNO, 2015); as relações entre o Estado, o legal e o ilegal (ADORNO et al 2013; DA SILVA e ADORNO 2013; RUI 2012); entre saúde e ambiente (COSTA, 2015), passando pela territorialidade e suas conexões com a cidade (FRÚGOLI JÚNIOR & CAVALCANTI 2013;RUI et al, 2014).…”
Section: Introductionunclassified
“…O DBA teve a pretensão de estabelecer novos parâmetros para o equacionamento de um problema que parece ser uma "aporia urbana", pois em algumas ações, ao mesmo tempo em que buscam o "fim da Cracolândia", a trama institucional armada também se alimenta da sua existência e necessita da "contenção da população usuária de crack em um mesmo local para viabilizar o seu trabalho" 8 (p. 21-2).Desde a entrada do crack no centro de São Paulo e sua instalação na região que, a partir dos anos de 1990, passou a ser chamada de Cracolândia, diversas ações, muitas das quais envolvendo repressão policial, não colocaram fim à área de consumo da droga 8 . Ao contrário, antes conhecida como uma zona de venda da droga, a Cracolândia acabou se convertendo num espaço de consumo intensivo 9,10 , que chegou a ter, antes do DBA, um "fluxo" de três mil frequentadores diários.A partir de então, esse agrupamento urbano foi objeto de pesquisas etnográficas que destacaram, desde as relações entre o Estado, o legal e o ilegal 10,11,12 , passando pelas relações entre saúde e ambiente 13 , pela territorialidade e suas conexões com a cidade 10,14,15 e as estratégias de autocontrole e autocuidado 11,16 , até as práticas de lazer e resistência 17,18 . Não obstante, as análises sobre o DBA ainda são escassas 7,8 , em especial, uma história mais pormenorizada do Programa.…”
unclassified
“…A partir de então, esse agrupamento urbano foi objeto de pesquisas etnográficas que destacaram, desde as relações entre o Estado, o legal e o ilegal 10,11,12 , passando pelas relações entre saúde e ambiente 13 , pela territorialidade e suas conexões com a cidade 10,14,15 e as estratégias de autocontrole e autocuidado 11,16 , até as práticas de lazer e resistência 17,18 . Não obstante, as análises sobre o DBA ainda são escassas 7,8 , em especial, uma história mais pormenorizada do Programa.…”
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