A classificação adequada para ser utilizada na Atenção Primária à Saúde (APS) é a Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP). Ela permite classificar o problema trazido pelo usuário de forma fidedigna, visto que dialoga com o método clínico centrado na pessoa e o Registro Clínico Orientado a Problemas (RCOP), que utiliza o método SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avalição e Plano) de registro dos encontros e pressupõe uma caracterização dos motivos de consulta e problemas dos usuários. A CIAP tem sido recomendada pelo Ministério da Saúde (MS) desde 2013, sendo incorporada à ficha de atendimento individual no Sistema e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB). A APS é a porta de entrada para o sistema de saúde, as ações devem ser desenvolvidas de forma contínua, com cuidado coordenado e abrangente. Para um trabalho eficiente é necessário avaliar as atividades que estão sendo realizadas de forma constante e a codificação do registro, contribuindo para a gestão da clínica e padronização dos dados para futuras pesquisas, portanto a acurácia das classificações é imprescindível. Não foram encontrados na literatura estudos que demonstrem o conhecimento e uso da CIAP por enfermeiros. Objetivo: Identificar o conhecimento da CIAP pelos enfermeiros, que atuam na APS. Método: O estudo trata-se de uma pesquisa quantitativa, exploratória, a coleta de dados foi realizada através de um questionário eletrônico, tendo como público os enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde no Estado de São Paulo. Os dados foram coletados em duas partes: as características dos participantes e análise sobre o conhecimento e uso da CIAP. Resultados: Participaram da pesquisa 572 enfermeiros que atuavam na APS, 90,1% sexo feminino e 9,9% sexo masculino, com maior concentração de idade entre 31 e 45 anos. Observa-se maior número de formandos a partir do ano 2001, com acentuação nos anos de 2006 a 2010 e um crescimento significativo de alunos que cursaram Universidades Privadas entre 2006 e 2010, 76,88% haviam cursado uma Universidade Privada e 23,12% uma Universidade Pública. Dos respondentes 85,5% haviam realizado um curso ou mais de especialização, mestrado 11,8% e 2,8% de doutorado; 59,42% realizaram o curso em Universidades Privadas e 40,58% em Universidades Públicas. Conheciam a CIAP, 87,2% e utilizavam a CIAP 78,2%. Dentre os profissionais que utilizavam a CIAP, a maioria utiliza a menos de seis anos, 70,6% utilizam na Ficha de Produção. O momento em que os enfermeiros mais utilizam a CIAP é para classificar o Motivo de Consulta. Observou-se que 80,1% não haviam recebido treinamento, e 93,6% entendem ser necessário serem treinados, 39,32% gostariam de receber o treinamento de forma presencial e 44,34% por aula on-line. Como produto dessa pesquisa desenvolveu-se uma proposta de um curso EAD para instrumentalizar os profissionais quanto ao conhecimento e o uso da CIAP. Conclusão: Observa-se que um número expressivo de enfermeiros está utilizando a CIAP, porém sem um conhecimento aprofundado da sua aplicabilidade e estrutura. Acredita-se que após...