ResumoContexto: O coping religioso/espiritual (CRE), pouco estudado no Brasil, está associado à saúde e à qualidade de vida (QV). Objetivo: Apresentar revisão de literatura sobre CRE, enfocando sua base teórica, avaliação e aplicação na prática clínica. Método: Pesquisa nas bases de dados Medline, PsycINFO, Scielo e Bireme/BVS entre 1979 e 2006. Resultados: O CRE é o uso da religião, espiritualidade ou fé para lidar com o estresse. Estratégias de CRE, conforme conseqüências que trazem para quem as utiliza, podem ser classificadas como positivas ou negativas, estando geralmente associadas, respectivamente, a melhores ou piores resultados de saúde física/mental e QV. Evidências apontam que as pessoas utilizam CRE especialmente em situações de crise e, também, mais CRE positivo que negativo. Existem cinco estilos de CRE: autodireção, colaboração, delegação, súplica e renúncia. Conclusões: Instrumentos como RCOPE e Escala CRE podem ajudar na avaliação espiritual do paciente, na pesquisa e no planejamento de intervenções psicoespirituais enfocando o processo de CRE. Estas podem ser efetivas, ajudando os pacientes a mais bem utilizar um importante recurso disponível, com significativo impacto na saúde e na QV populacional, e reduzindos custos de intervenção em termos de saúde pública. Assim, o estudo do CRE mereceria ser incluído na formação dos profissionais da saúde. Bandeira, D.R. / Rev. Psiq. Clín. 34, supl 1; 126-135, 2007 Palavras-chave: Coping religioso espiritual, enfrentamento, saúde, qualidade de vida, prática clínica.
Panzini
AbstractBackground: Spiritual/religious coping (SRC), little studied in Brazil, is associated to health and quality of life (QoL). Objectives: To present a literature review about spiritual/religious coping, focusing its theoretical background, assessment and clinical applications. Methods: Research on Medline, PsycINFO, Scielo and Bireme/BVS databases between 1979-2006. Results: The SRC is the use of religion, spirituality or faith to cope with stress. SRC methods, depending on the consequences that bring to those who use them, can be classified into positive or negative, generally associated to better or worse physical/mental health and QoL outcomes, respectively. Evidences show that people use SRC especially in crisis situations, and also, they use more positive than negative SRC. There are five SRC styles: self-directing, collaborative, deferring, pleading and surrender. Conclusions: Instruments as RCOPE and SRCOPE Scale can be helpful to patient's spiritual evaluation, to researches and for planning psychospiritual interventions focused on the SRC process. Those can be effective in helping patients to better use an important available resource, with high impact on population's health and QoL, and potential to reduce public health costs. So, SRC studies would deserve to be included in health professionals graduate courses.