RESUMOO desenvolvimento das cidades é marcado pelos desafios associados com a demanda de energia em seus diversos níveis, bem como pela necessidade de uma gestão eficiente de resíduos. Nos próximos 30 anos está previsto um aumento da populacional global e um aumento dessa população em áreas urbanas no mundo, acentuando tais gargalos. Nesse contexto, os resíduos orgânicos podem servir de fonte energética limpa e renovável a partir da produção do biogás, o qual é um sobproduto da digestão anaeróbia, e que pode ser convertido em energia elétrica e energia térmica, a partir de sua queima para uso em aquecimento e como combustível. Esse gás é produzido em biodigestores, equipamentos fechados em uma câmara com compartimentos de entrada de substrato e saída do produto final do processo. A partir de uma revisão bibliográfica, o presente estudo buscou os principais modelos de biodigestores utilizados na Europa, Ásia, África e América do Sul, visando apresentar o cenário atual da aplicação desses equipamentos no contexto de cidades inteligentes. Os resultados indicam uma diferença na instalação dos biodigestores entre os continentes. Enquanto a Europa conta com modelos de alta tecnologia, na África, por exemplo, são comuns biodigestores de estrutura e materiais básicos, tornando a produção de biogás ineficiente. Concluiu-se que, assim como observado com outras fontes energéticas e modelos de gestão de resíduos, os países com melhor estrutura e recursos, conseguem desenvolver melhor o uso dos biodigestores, aumentando sua qualidade de vida, enquanto países mais pobres não conseguem explorar totalmente o mesmo potencial de produtividade.