Doutor em Dentística pela FO/USP Especialista Implantodontia pelo SENAC
ResumoA reabsorção do osso alveolar ocorre após a perda dentária por vários fatores, tais como: exodontia, traumatismo, processos patológicos ou mesmo reabsorção por desuso. A reabilitação com implantes requer osso em quantidade e qualidade. Os enxertos autógenos são considerados os enxertos tipo "padrão ouro" para regeneração óssea guiada. Contudo, o aumento ósseo dessa região tem sido feito também com biomateriais, que é qualquer substância, droga, combinação de substâncias de origem natural ou sintética que pode ser usado como reposição de algum tecido, órgão ou função do corpo. Embora promissora, a utilização das proteínas morfogenéticas ósseas na Implantodontia e na Cirurgia Bucomaxilofacial ainda necessita de maior respaldo científico. O objetivo desse estudo foi fazer uma breve revisão sobre a utilização das proteínas recombinantes e esclarecer os clínicos sobre suas indicações e reais limitações.Palavras-chave: proteínas recombinantes; implantes dentários; proteína morfogenética óssea 2.
AbstRActThe
Recombinant protein for bone augmentation in Implantology
IntroduçãoO advento do fenômeno da osseointegração (1, 7) proporcionou a reabilitação estética e funcional de inúmeras discrepâncias do complexo maxilofacial. A perda do osso alveolar devido à exodontia precoce por doença periodontal, fraturas dentárias e ósseas, tumores, alterações genéticas e até por iatrogenias é alvo de exaustivos estudos no intuito de reestabelecer a altura, o volume e a qualidade óssea perdida (7) (Figura 1). Cerca de 25% dos pacientes que necessitam de reabilitação por implantes precisam de algum tipo de aumento ósseo que anteceda a reabilitação (40).Aproximadamente 0,7% de todo esqueleto humano é substituído diariamente, teoricamente renovando os tecidos duros em 142 dias em condições normais de fisiologia (18). Contudo, após exodontia, a maxila anterior perde 25% do volume ósseo no primeiro ano; e, de 40 a 60% de espessura depois de três anos, sendo uma reabsorção de cunho centrípeto (30). Na região posterior da maxila, perde-se 50% em três anos, considerando-se que o volume da maxila nessa região é duas vezes maior que na parte anterior. Para a mandíbula, a perda é de 60%, sendo maior na região de segundo pré-molar até primeiro molar inferior; e, centrífuga, ou seja, maior nas corticais internas da região posterior associada a tábua óssea vestibular na região de sínfise (27).Substitutos ósseos chamados biomateriais (Quadro I) têm sido desenvolvidos na expectativa de que qualquer substância, droga ou combinação delas, seja de origem natural ou sintética, possa ser usada como uma parte do sistema que necessite de reposição em algum tecido, órgão ou função (11,27,34). Assim, em 1965, MARSHALL URIST (33) descobriu uma proteína com a propriedade biológica de ser osteoindutora (29), posteriormente sofrendo recombinação e denominada rhBMP-2 (proteína óssea humana recombinante tipo 2). Atualmente, a Engenharia Tecidual (14) apoiada no tripé: arcabouço, células e...