Resumo A partir do cenário brasileiro, marcado por diferentes expressões da violência, são construídas práticas midiáticas que representam a juventude pauperizada de forma a criminalizar tal grupo. Este artigo apresenta uma discussão a respeito dos sentidos produzidos por jovens de 14 a 16 anos sobre as representações midiáticas expressas por setores da mídia hegemônica. Trata-se de uma pesquisa participante, delineada a partir da perspectiva do sociólogo Orlando Fals-Borda e da ideia de coautoria de Mikhail Bakhtin. A pesquisa foi realizada em uma cidade do estado de Minas Gerais, e foram construídos sete grupos de discussão, em que reportagens nas quais jovens são associados a episódios tidos como criminosos foram discutidas. Por meio dos diálogos construídos, foi possível identificar que o conteúdo midiático pode resultar em uma série de violências nas vidas desses jovens, que resistem através da busca por estratégias criativas, envolvendo a arte e mídias alternativas.