A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um distúrbio comum multifatorial, caracterizado pela elevação sustentada dos níveis pressóricos e capaz de elevar as chances de ocorrência de eventos cardiovasculares. Tal doença apresenta duas principais formas de apresentação, a HAS primária, também conhecida como Hipertensão Essencial, e a HAS secundária. A Hipertensão Essencial não possui seus mecanismos completamente esclarecidos, mas sabe-se que existem fatores de risco modificáveis e não modificáveis implicados em sua gênese. No quadro clínico do paciente com HAS, figura como sintoma mais frequente a cefaleia suboccipital pulsátil. O tratamento é feito por meio de uma abordagem não farmacológica, que envolve as mudanças nos hábitos de vida para um ritmo mais saudável, e uma abordagem farmacológica, com diversas classes de medicamentos. Ainda na perspectiva do tratamento, alguns portadores de HAS adotam a prática do uso de plantas medicinais ou preparações fitoterápicas como estratégia adjuvante no controle dos níveis pressóricos, entretanto, muitas vezes sem a devida referência científica. Sabendo disso, foi desenvolvida uma revisão integrativa de literatura com o objetivo de evidenciar a relevância do tratamento da HAS com plantas medicinais e fitoterápicos, ao investigar quais plantas são utilizadas com esse intuito e seus respectivos mecanismos de ação. A coleta de dados foi feita a partir de artigos científicos, desenvolvidos entre 2005 e 2021, selecionados nas bases de dado SciELO e PubMed. Após aplicadas as estratégias de busca com a combinação de descritores, critérios de exclusão e inclusão, além da leitura crítica de títulos, resumos e textos, foram obtidos 13 artigos baseados em modelos experimentais com testes in vivo e/ou in vitro, os quais abordaram extratos ou substâncias isoladas a partir de 06 espécies de plantas (Hancornia speciosa Gomes, Platonia insignis, Averrhoa carambola, Cuphea carthagenensis, Croton cajucara e Euterpe oleracea). A partir da análise dos resultados, foi possível identificar que alguns extratos, em especial de Mangaba e de Açaí, foram capazes de gerar efeitos pressóricos relevantes em diversos modelos de teste, o restante dos fitoterápicos também apresentaram suporte à percepção de que as estruturas arteriais, essencialmente as mais afetadas pelas disfunções hipertensivas, respondem favoravelmente às plantas medicinais, aqui analisadas, com capacidade anti-hipertensiva e cujo uso é comum entre as populações amazônicas. Em conclusão, os trabalhos analisados comprovaram suficiência molecular dos materiais estudados nos parâmetros cardiovasculares relacionados à pressão arterial, com apresentação de efeitos anti-hipertensivo, hipotensor, vasodilatador e antioxidante, fornecendo substrato científico forte o suficiente para estimular a realização de estudos semelhantes com outras plantas ou mesmo ensaios clínicos com as plantas cuja ação na hipertensão já foi descrita.