O objetivo deste artigo é caracterizar e analisar as experiências de mulheres e homens que oferecem ou já ofereceram, voluntariamente, escuta e apoio emocional em prol da prevenção de suicídio no Brasil através do Centro de Valorização da Vida (CVV), no posto da organização localizado em Curitiba. Amparado sobre a área dos Estudos do Cuidado, o trabalho analisa o material construído a partir de oito entrevistas qualitativas de modelo semi-estruturado, bem como técnicas de observação participante. Quando observados os demográficos que exercem essa atividade dentro do CVV, constata-se uma inversão parcial dos perfis comumente responsabilizados pelo cuidado ao redor do globo. Ao mesmo tempo, nota-se que diferentes motivações inspiram as mulheres e homens entrevistados a se aproximarem do Centro de Valorização da Vida. Os relatos masculinos são marcados por uma afinidade pela organização estrutural do CVV como via de realização do ímpeto voluntário. Por outro lado, as mulheres entrevistadas relatam que seu engajamento junto à entidade vem de suas próprias vivências íntimas com questões ligadas ao suicídio ou à saúde mental.