Introdução: Das 133 doenças ou grupos de doenças listado no Observatório de Saúde Global (OMS, 2015), 101 teve ligações significativas com o meio ambiente, dentre essas encontram-se as Leishmanioses, a qual globalmente tem cerca de 27% dos casos de relacionados com as condições ambientais. Objetivo: O presente estudo buscou avaliar as evidências disponíveis na literatura sobre a influência da degradação ambiental no aumento do número de casos de Leishmaniose no Brasil. Materiais e métodos: Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, na qual seleção dos artigos foi feita a partir da base de dados, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (PubMed/Medline) e da biblioteca virtual em saúde Scientific Electronic Library Online (SciElo). Utilizou-se a combinação dos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), nos idiomas português, inglês e espanhol: Leishmaniose, Meio Ambiente, Saúde Ambiental, Degradação Ambiental e Educação Interprofissional. A estratégia de busca realizada foi controlada e combinada com os caracteres boleanos AND e OR. Para os critérios de inclusão, consideraram-se artigos disponíveis eletronicamente na íntegra, gratuitamente, que citavam a relação entre o possível aumento do número de casos da doença, por conta dos fatores que degradam o meio ambiente e que tenham sido realizados no Brasil, nos idiomas português, inglês e espanhol publicados no período de 2015 a 2020. Excluíram-se os artigos repetidos em mais de uma base, bem como, teses, dissertações e monografias. Resultados: A busca resultou em 1.475 artigos, sendo que 16 compuseram esta Revisão Integrativa de Literatura. Em relação a origem dos artigos, verificou-se que a maioria provinha da região Norte do país (43, 75%), seguida pela região Nordeste (18,75%). Além disso, três artigos apresentaram dados referentes ao país todo e dois se referiram à região Amazônica. Dos 16 artigos incluídos na pesquisa, oito relacionaram a ocorrência dos casos de LV e/ou LT nas regiões de estudo, com as mudanças climáticas; 11 Movimentos populacionais e/ou migração, assim como, com a adaptação dos vetores aos ambientes domiciliares; cinco com as condições precárias de infraestrutura e saneamento básico; três com a ocupação desordenada do espaço físico pela população humana e 13 com o desmatamento da vegetação nativa. Conclusão: A análise dos artigos demonstrou que ação humana sobre o meio ambiente é fator condicionante para o aumento do número de novos casos de Leishmaniose no Brasil. Além disso, foi evidenciado a necessidade de capacitar os profissionais de saúde referente a doença em todos os seus aspectos, para que assim estejam em alerta para os riscos e agravos existentes no seu território por meio de uma abordagem de saúde interprofissional e interdisciplinar.