Esse trabalho visa caracterizar o movimento socioambiental popular na Amazônia, suas especificidades, atores e conflitos, destacando as mobilizações pela criação das Unidades de Conservação na Amazônia, partindo das RESEX no litoral do estado do Pará. Esses atores são parte de movimentos de resistência e re-existência de populações pobres e marginalizadas, um ecologismo que tem os pobres como principais protagonistas (MARTINEZ ALIER, 2011) pela garantia de seus direitos. Nas dinâmicas de criação dessas Unidades de Conservação destacamos os conflitos socioambientais, que são disputas assimétricas entre uma diversidade de atores sociais em defesa de perspectivas diferentes sobre o desenvolvimento e a utilização dos recursos naturais (SVAMPA, 2016). A metodologia é predominantemente qualitativa, reuniu uma amostra de teses e dissertações produzidas no âmbito da Universidade Federal do Pará (UFPA) e outras disponíveis na base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES), com recorte em dois temas principais: socioambientalismo e justiça ambiental. O movimento socioambiental popular na criação das RESEX aponta para uma diversidade de ideias e atores e, desde uma visão conservacionista até aos preservacionistas. Esses processos se mostraram diversos e particulares o que nos instiga a análises mais profundas sobre a agência das populações tradicionais nessas mobilizações.Palavras-chave: Reservas Extrativistas. Socioambientalismo popular. Conflitos socioambientais. Amazônia.