Objetivo: Compreender a vivência do autopreconceito e do preconceito social no cotidiano de pessoas com lesão medular e de suas famílias. Métodos: Estudo interpretativo, qualitativo, desenvolvido com 21 participantes (12 pessoas com lesão medular e 9 familiares), de um Centro Especializado de Reabilitação no sul do Brasil, cujas fontes de evidências foram entrevistas individual e duas oficinas que corroboram para validação dos dados. Para o agrupamento e organização dos dados, utilizou-se o software Atlas.ti e a análise dos dados envolveu: análise preliminar, ordenação, ligações-chaves, codificação e categorização, guiada pelo olhar da Sociologia Compreensiva e do Quotidiano. Resultados: Evidencia o autopreconceito: marcas no corpo e na alma, cadeira de rodas e a percepção negativa da doença, do declínio à reconstrução da autoimagem; preconceito nas mais diversas dimensões: familiar e social. Conclusão: O autopreconceito influencia negativamente a autoimagem, criando um mecanismo de defesa e de negação da condição de vivenciar a lesão medular. A família é determinante na transformação do quotidiano e da maneira como a pessoa convive e percebe a sua condição. Precisa-se de uma sensibilização para o olhar sobre pré-conceitos estabelecidos que implicam sobre a segregação de pessoas em sociedade.