RESUMO OBJETIVOS. Avaliar o comportamento da pressão arterial em gestantes portadoras de síndromes hipertensivas na vigência de ciclo de corticóide (esquema de LIGGINS) utilizado para a aceleração da maturidade pulmonar fetal.MÉTODOS. A partir de estudo retrospectivo, foram avaliadas 27 gestantes portadoras de hipertensão arterial, com idade gestacional entre 24 e 34 semanas, submetidas a corticoterapia antenatal. Para tanto, foi realizada análise estatística das médias das pressões arteriais sistólicas e diastólicas separadamente, dos dias anterior, primeiro e segundo dias que compõem o ciclo de corticoterapia e do dia posterior a este ciclo. Obtidas as variâncias, foi aplicado o teste F Statistic, analisado através do valor de p, significante, se menor que 0,05.RESULTADOS. Não foi observada variação significativa dos níveis de pressão arterial, seja sistólica como diastólica, não se identificando dificuldades no controle clínico das pacientes, não tendo sido observada necessidade de elevação das doses de drogas hipotensores utilizadas.CONCLUSÃO. Nossos resultados observaram segurança na utilização de ciclos de corticóides em pacientes portadoras de hipertensão arterial em relação à possíveis agravos dos níveis pressóricos.UNITERMOS: Hipertensão arterial na gestação. Prematuridade. Corticoterapia pré-natal.
*Correspondência:Nelson Sass Rua Umberto Boccioni, 210 -Cep: 02441-150Fax: 6231-9969 São Paulo -SP -E-mail: nelsonsa.alp@zaz.com.br
INTRODUÇÃONo início da década de 70, a administração de corticóides em experimentação animal refletiu em uma ação efetiva na aceleração da capacidade funcional de pulmões de recém-nascidos prematuros 1 , reduzindo de maneira significativa a incidência da síndrome do desconforto respiratório, com redução evidente nas taxas de mortalidade neo-natal.Seguindo-se a divulgação destes resultados, vários trabalhos foram desenvolvidos onde se procurava estabelecer de maneira definitiva sua ação benéfica e possíveis reações adversas, possibilitando estender seu uso na rotina diária de assistência ao parto prematuro. Baseada nas melhores evidên-cias, acumuladas na experiência anterior de vários trabalhos 2 , sua utilização passa a ser recomendada pelo Instituto de Saúde dos Estados Unidos em consenso estabelecido por equipe multidisciplinar como norma na assistência à prematuridade 3 .Ressalte-se ainda as conseqüências do ponto de vista econômico que esta terapêutica pôde acarretar. Os custos relacionados ao atendimento ao RN prematuro em unidades de terapia intensiva é extremamente elevado, somando-se ainda os gastos decorrentes das complicações tardias da prematuridade. Estima-se que nos EUA, haveria uma economia de 157 milhões de dólares a cada ano, apenas considerando a redução de tempo de permanência hospitalar em unidades de terapia intensiva.Levando-se em conta que a prematuridade representa para o Brasil problema de extrema importância, particularmente relacionada à hipertensão arterial materna, a utilização de rotina da corticoterapia pré-natal pode contribuir de forma efetiva par...