Ressignificação dos saberes e prática- O ensino da Saúde Mental na graduação de Enfermagem

Abstract

O objetivo deste estudo é compreender a forma de atuação do profissional enfermeiro no campo da saúde mental no período pós Reforma Psiquiátrica, tendo como subsídio a sua formação durante a graduação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com características descritiva e exploratória, baseada em uma pesquisa de campo, onde foram entrevistados 8 profissionais enfermeiros atuantes nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Juiz de Fora - MG e administrados exclusivamente pela prefeitura da cidade. Resultados: surgiram dois tópicos: Reflexo da formação no campo de atuação e Necessidade de atualização dos atos profissionais na saúde mental, onde podemos constatar que a formação durante a graduação no que tange a saúde mental foi incipiente, com conteúdo teórico-prático desarticulado e descontextualizado do cotidiano dos serviços substitutivos. Todos confirmaram que exploraram outros materiais e fontes para se aperfeiçoar e compreender melhor os assuntos pertinentes ao cuidado em saúde mental ao decorrer da sua atuação no CAPS. Conclusão: Evidenciado na pesquisa que mesmo após 20 anos da Lei 10.216, os enfermeiros continuam com dificuldades para reconhecer sua práxis dentro dos CAPS e reconhecem que os conteúdos adquiridos durante a sua formação não foram suficientes para um trabalho adequado dentro dos moldes da nova ideologia da saúde mental.

Therapeutic relationship in nurses’ work process at Psychosocial Care Centers

“…Neste caso, configura-se como interlocutor entre o serviço e o paciente por meio da relação e do cuidado com foco na integralidade (30) .…”

“…Como apoio para essa fase, o enfermeiro utiliza a empatia como estratégia norteadora do cuidado (6,27,29) . Essa condição coloca o enfermeiro na posição de manejo centrado na pessoa, a fim de perceber e compreender o mundo subjetivo do paciente, considerando sua vivência singular e tendo como foco o cuidado sustentado pelo trabalho vivo em que profissional e paciente transformam-se mutuamente pela experiência terapêutica (16,27,29) (30)(31) .…”

Sistematização da Assistência de Enfermagem em saúde mental: vivências cotidianas dos enfermeiros

“…O que pode ser trazido por Maffesoli (1998) O cuidado em enfermagem na saúde mental enfrenta o desafio de incluir a saúde mental na integralidade das ações de saúde e por ser algo relativamente novo, vê-se o distanciamento entre a formação profissional e a prática nas Redes de Atenção em Saúde Mental. Silva et al, (2021) corroboram que nas vivências cotidianos atuais, os enfermeiros ainda sentem dificuldade em reconhecer a práxis na saúde mental e tentam romper com a fragmentação do ensino e prática na busca de vivenciar a ressignificação dos saberes. Borges et al, (2016) evidenciou a necessidade de se rediscutir a articulação prático-teórico no ensino em saúde mental da formação superior em enfermagem a fim de estimular o pensamento crítico-reflexivo e romper com os paradigmas estigmatizantes que a loucura carrega pois isso afeta a implementação da SAE e o encontro enfermeiro-cliente dentro dos CAPS.…”

Caracterização da formação em saúde mental na graduação em enfermagem em uma capital brasileira: uma análise na perspectiva do pensamento complexo de Edgar Morin

“…Sobre isso, a literatura científica discorre a respeito do grande ganho que essa entrada/imersão nos serviços proporciona para a formação dos futuros enfermeiros (LEMOS et al, 2020;NÓBREGA et al, 2021;SILVA et al, 2020;SILVA et al, 2021b;SANTOS, 2020;SOUZA et al, 2021). Acrescido a isso, Baião e Marcolan (2020) e Martins et al (2018) destacam que estratégias como essas, de levar o estudantes para o campo práticos em serviços substitutivos e comunitário, são importantes para que os futuros profissionais de saúde possam visualizar no trabalho os princípios da PNSM e criar mecanismos que consolidem suas práticas profissionais pautadas no modelo preconizado pela reforma psiquiátrica.…”