Ressonância magnética da próstata: uma visão geral para o radiologista

Abstract

O adenocarcinoma prostático é o segundo tumor em incidência e mortalidade dentre as neoplasias malignas masculinas. Para adequada programação terapêutica é importante a distinção entre tumores confinados à próstata e aqueles com extensão extraprostática. Diferentes estudos têm demonstrado que a ressonância magnética da próstata com bobina endorretal auxilia no estadiamento local destes pacientes. Este artigo apresenta informações sobre a anatomia prostática, o aspecto tumoral à ressonância magnética, sinais de extensão tumoral extraprostática e invasão de vesículas seminais, sugestões de protocolo, princípios gerais e importância da espectroscopia de prótons, do estudo perfusional e da difusão, indicações da ressonância magnética na investigação de recidiva pós-operatória e pós-radioterapia, seu papel na detecção de lesões suspeitas em pacientes com suspeita clínico-laboratorial de adenocarcinoma prostático, além de apresentar os diagnósticos diferenciais e limitações do método.

Importância da Ressonância Magnética Multiparamétrica no Rastreio do Câncer de Próstata

“…Estudos têm demonstrado que a ressonância magnética (RM), com sua elevada resolução anatômica, acrescenta relevantes informações aos nomogramas clínicos no estadiamento local do CaP. 6 O exame é realizado em aparelho de alto campo magnético (1,5 e 3 T) permitindo a aquisição de imagens em alta resolução, com sinal ampliado pelo uso da bobina de fase pélvica 7,8 . O uso da bobina tem demonstrado melhores resultados, principalmente na avaliação morfológica e no estadiamento local em aparelhos de 1,5 T, entretanto existem ressalvas quanto ao valor aquisitivo e o desconforto ao paciente.…”

“…Sugere-se sequências realizadas com 3-4 mm de espessura, e pouco ou nenhum espaçamento, de 0-1 mm. 6 Nas imagens pesadas em T2 (Figura 2), a zona periférica normal tem hipersinal homogêneo, apresentando-se em forma de "crescente" ou "chifre" no plano axial. A cápsula prostática é caracterizada por uma delgada imagem linear hipointensa, que é um marco crucial para avaliação do estadiamento tumoral.…”

“…1 Há mais de três décadas a combinação do exame digital retal e dosagem sanguínea do antígeno prostático específico (PSA) são a principal ferramenta no rastreio do câncer de próstata, e a biópsia da glândula por meio de ultrassonografia (US) transretal firmou-se como meio suficiente para confirmação histológica do carcinoma. 2 Entretanto, tais métodos usualmente empregados não apresentam especificidade. O toque retal apresenta limitações quando a lesão prostática não é palpável (estádios iniciais), e quando alterado, a diferenciação entre lesão maligna e benigna é difícil, já a dosagem sérica do PSA, que é o marcador mais utilizado para o rastreio do CaP, possui baixa especificidade diante da sua zona de dúvida com intervalo inferior atualmente diminuído para 2,6 ng/ mL, o que acarreta inclusão de mais pacientes em suspeita que serão submetidos desnecessariamente à biópsias.…”

Functional magnetic resonance imaging in oncology: state of the art

“…In the evaluation of the prostate spectroscopy obtains metabolic data based on the relative concentration of endogenous metabolites such as choline, creatine, citrate and, most recently, polyamine ( 21 ) . The absolute values of citrate, creatine and choline levels contribute in the identification of areas suspicious for malignancy and the choline-creatine/citrate ratio demonstrates equivalence with the Gleason score, allowing for a noninvasive selection of areas for prostate biopsy and evaluation of the tumor grade ( 21 , 22 ) . Thus, spectroscopy may be employed in the diagnosis of tumor recurrence, in patients treated by radiotherapy, cryotherapy or surgery ( 21 - 23 ) .…”

Ressonância magnética da próstata

“…The present issue of Radiologia Brasileira presents an interesting article aimed at offering radiologists an overview about magnetic resonance imaging (MRI) of the prostate (1) . MRI has been utilized since the early years of the eighties for the diagnosis of prostate cancer.…”